Chick Corea & Miles Davis

Por Paulo Roberto Andel

Assim como Miles Davis encontrou acolhida em Charlie Parker, já consagrado ele foi responsável por uma constelação inteira do jazz que passou por sua banda. Jovens como Herbie Hancock, Wayne Shorter, John McLaughlin, John Scofield, Dave Holland e Chick Corea, cuja morte acaba de ser anunciada aos 79 anos, em decorrência de câncer.
A carreira de Chick foi tão prolífica e intensa que mais de meio século de profissão é pouco para tantas realizações. E antes de passar por Miles, ele já tinha uma estrada respeitável, tendo tocado com craques como Stan Getz, Mongo Santamaria e Herbie Mann, mas todos sabem que ninguém sai imune a um encontro musical com Miles Davis e suas experimentações que culminaram no mitológico álbum “Bitches Brew”. Por isso, Chick é um dos pais do fusion com seu conjunto Return To Forever.
Desde então, foram cinco décadas dedicadas ao melhor da música, com formações diversas e estilos que iam do flerte com o pop até a música clássica, em todos os selos respeitáveis que já gravaram jazz. Tocou pelo mundo afora e trouxe sua arte para o Brasil em algumas ocasiões.
Chick era um homem do improviso, da surpresa, considerado um dos melhores de todos os tempos neste sentido. E de forma também surpreendente chega a notícia de sua passagem. Agora, surpresa não será se tiver muito material inédito a ser revelado mais tarde – e o jazz merece isso. Para nós, que admiramos o estilo, é uma honra ter podido desfrutar de seu talento em grande estilo, no auge da forma, um artista em permanente ebulição musical e que se tornou um ícone da arte à qual se dedicou. Jazz de corpo e alma, do começo ao fim, sob muitas facetas, num verdadeiro caleidoscópio da música. Fiquem aqui com a performance de Chick Corea e banda no Festival de Montreux de 2004:

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