Ivete Sangalo e Emicida voltam a trabalhar juntos e lançam o single “Mulheres Não Têm Que Chorar”, que também, ganhou um belo videoclipe gravado entre Rio, São Paulo e Salvador com a direção de Nina Torres. Em cenas do cotidiano e de dança, as personagens do clipe, são mulheres brasileiras reais, com seus corpos distintos, com suas cores, e aparecem de forma leve e inspiradora, mesmo em tempos difíceis quando somos nocauteados por notícias como o abusivo julgamento da acusação de estupro contra uma jovem catarinense que faz da vítima quase uma culpada.

Ivete esbanja alegria com a parceria com o rapper paulista. E com razão insuspeita. “Essa música é uma das canções mais lindas que já gravei. Eu gostei de cara da poesia, da melodia e da mensagem que ela traz. E não podia ser com outra pessoa essa parceria, se não com Emicida, que é esse cara gentil, inteligente, que sabe como ninguém ler a poesia da mulher. Um amigo querido que a vida me deu!”, festeja a baiana.

“Na primeira parceria com a Ivete, tínhamos o sonho como principal elemento ali na letra. Interessante pensar que, agora, nesse novo encontro, a gente inicia a música falando de um despertar, que é sobre se levantar da cama, sim, mas também sobre entender que cada pessoa carrega uma força e uma luz dentro de si”, diz Emicida.

O rapper lembra de uma história por ele vivida durante a infância: “Quando eu tinha sete anos, minha mãe arrumou três empregos em casa de família e ela também decidiu voltar a estudar. Mesmo trabalhando exaustivamente, não tinha dinheiro para arcar com o mínimo das nossas contas e um dia eu vi ela chorando e sussurrando que não tinha dinheiro. No dia seguinte, fui atrás de um emprego. Passei o dia inteiro no mercado, carregando sacola e carrinho de feira. Na época, ganhei, sei lá, R$ 2,50. Cheguei em casa bem tarde e minha mãe achou que tivesse acontecido alguma coisa de ruim comigo. Quando dei o dinheiro pra ela, ela começou a chorar por isso também”.

Vendo a mãe naquela situação, Emicida, ainda menino, concluiu que não deveria ser permitido que ela chorasse. “Eu enxergava a força que ela tinha no interior dela. Trazer um pouco dessa lembrança nessa nova parceria com a Ivete é muito especial para mim”, comenta o compositor.

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