Criolo e Milton querem provar que existe amor em SP

A crise sanitária global que estamos vivendo coloca em xeque alguns valores da sociedade e coloca a solidariedade, o olhar para o próximo em evidência. Assim como pessoas positivas se atraem mutuamente, o mesmo acontece com os ideais de fraternidade. Milton Nascimento e Criolo fazem parte desta corrente e se uniram num belo projeto em favor de um fundo solidário para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Com direção musical de Daniel Ganjaman, lançam hoje, dia 24 de abril o primeiro single, uma releitura da faixa “Não Existe Amor em SP”, de autoria de Criolo, com uma profunda e delicada interpretação, na qual Milton e o compositor são acompanhados do ilustre pianista recifense Amaro Freitas.

O single faz parte do projeto “Existe Amor”, que é ao mesmo tempo um EP com quatro faixas e lançamento previsto para maio de 2020 como também uma campanha de um fundo solidário para a população em situação de vulnerabilidade social durante a pandemia do Covid-19. A faixa acompanha clipe dirigido por Denis Cisma (diretor do clipe de “Boca de Lobo”, indicado ao Grammy Latino 2019) e Beto Macedo, com imagens gravadas durante o segundo encontro da dupla em estúdio, entre os dias 4 e 5 de março, e outras feitas na capital paulista durante os tempos de isolamento social. A ideia é chamar a atenção da sociedade para os mais de 40 milhões de brasileiros que não tem casa ou vivem em condições precárias. Veja o clipe completo aqui:

E o lançamento da campanha ocorreu justamente no cenário de toda essa vulnerabilidade social, ou seja, nas ruas: o clipe de “Não Existe Amor em SP” foi projetado em primeira mão nas empenas dos edifícios de São Paulo, como um incentivo ao movimento de ressignificar a letra de Criolo em função do momento atual. Veja aqui:

A imagem de Milton projetada nas laterais dos prédios
A imagem de Milton projetada nas laterais dos prédios paulistanos – Foto: Reprodução

“Esse projeto pra mim é como um sonho. Depois de tantas coisas maravilhosas que eu vivi nestes mais de cinquenta anos de carreira, nunca pensei que fosse ter o privilégio de participar de algo tão intenso como este. A união entre Criolo, Arthur Verocai, Amaro Freitas, Daniel Ganjaman e eu, foi uma das experiências musicais mais profundas que eu já tive. Tenho uma admiração gigante por cada um deles, e a nossa ligação através da música é uma força ancestral, mística e, sem dúvida nenhuma, divina. Disso, eu tenho certeza, e este encontro não foi à toa. E é com um sentimento de muita emoção que nós agora compartilhamos essa história com vocês”, afirma Milton, ao falara sobre o projeto.

Criolo: necessidade de ressignificar a letra de 'Não existe amor em SP'
Criolo: necessidade de ressignificar a letra de ‘Não existe amor em SP’ – Foto: Reprodução

Já Criolo destaca a importância do encontro como motivador de transformações sociais: “Mais uma vez, a arte se apresenta como instrumento de humanização e sensibilidade em um momento de crise. É a exaltação da importância das questões humanitárias, já que nos extremos e em todas as favelas do Brasil, o estado de calamidade pública existe durante o ano todo. E o que fica de lição deste momento é que nós temos sim força para transformar tudo em algo bom, em algo melhor. Passaremos por isso e estaremos mais atentos ao tanto de necessidade que os lugares mais frágeis da sociedade brasileira tem passado. Que possamos nos unir e não esquecer dessa dura passagem de nossas vidas, que possamos tornar isso energia de solidariedade e de construção de um mundo menos desigual. Só o amor, através da compreensão, compaixão e trabalho, pode oferecer essa mudança. E a arte é ferramenta fundamental deste processo”, diz ele.

As doações podem ser feitas no existeamor.com/doe através da plataforma de crowdfunding administrada pela Benfeitoria. O fundo é gerenciado pela SITAWI, que repassará os recursos para organizações como É de Lei, SP Invisível, Arsenal da Esperança, entre outras. A realização é uma parceria da agência AKQA, que também criou a campanha, e do Coala.Lab (núcleo de música e projetos do Coala Festival) com a Nascimento Música e a Oloko Records, gravadoras de Milton e Criolo.

 

 

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