Djalma, o Sabiá que não cantava

Nesta semana o mundo do samba e, em particular o Salgueiro perdeu Djalma de Oliveira Costa, fundador e guardião das coisas do Salgueiro, compositor de grandes sambas, entres os quais o fascinante “Chico Rei”. A convite do Na Caixa de CD para falar de Djalma, o Sabiá que não cantava, o jornalista Leonardo Bruno nos autorizou a reprodução do texto abaixo, último capítulo de “Explode Coração”, livro que conta a história da chamada Academia do Samba. A imagem que ilustra o post nos foi cedida pelo grande Marcos Tristão, fotógrafo de primeira. Boa leitura!

O Sabiá

por Leonardo Bruno
Especial para o Na Caixa de CD

Mais que contar a trajetória do Salgueiro, este livro buscou reunir histórias dos personagens que fizeram a Escola. Afinal, se a vermelho e branco é grande, é porque por seu terreiro passaram alguns dos mais importantes sambistas do país. Para chegar a cada um desses relatos, li vários livros, consultei centenas de páginas de jornal, conversei com dezenas de pessoas, visitei o morro, frequentei a quadra, fiz o percurso completo daquele que procura esquadrinhar uma existência tão rica.

Nesse caminho, passei por lugares tão diferentes quanto uma casa de dois andares em obras em Jacarepaguá, uma confortável residência na Gávea, um barraco no morro, um ateliê em Laranjeiras, uma igreja no Centro, um apartamento em Copacabana, um bar na Cinelândia, um duplex no Andaraí, um escritório na Gamboa.

Mas nada me impressionou tanto quanto um quarto simples numa vila da Tijuca. Ali está guardada boa parte da memória salgueirense. Naqueles 30 m² estão reunidos os sessenta anos de uma das escolas de samba mais amadas do Carnaval.

Djalma Sabiá, memória do Salgueiro desde sua criação - Foto: Reprodução YouTube
Djalma Sabiá, memória do Salgueiro desde sua criação – Foto: Reprodução YouTube

O dono daquele solo – agora promovido a sagrado – é Djalma Sabiá, o nome mais simbólico dessas seis décadas da Academia do Samba. Com quase 90 anos, ainda conserva uma memória prodigiosa, recordando datas e fatos acontecidos antes mesmo de os Acadêmicos nascerem. Visitar seu recanto significa mais do que passar horas agradáveis ao lado desse senhor de papo fluente e bem-humorado – é fazer uma viagem no tempo.

E foi essa viagem que eu fiz numa quarta-feira de março de 2013, no mês em que o Salgueiro completou 60 anos. O verão já estava no fim, mas o calor ainda não tinha dado trégua. Às 10h da manhã, o sol batia forte quando cheguei ao endereço de Djalma Sabiá. Parei o carro num estacionamento e caminhei para a vila, que fica ao lado de uma loja de colchões. O portão estava aberto, entrei, e em poucos passos o clima de cidade grande já havia ficado para trás. As árvores faziam sombra, e o silêncio não deixava entrar a incômoda sinfonia de buzinas do trânsito carioca.

A casa de Djalma Sabiá era uma das primeiras à direita. Subi três degraus da escada lentamente e chamei seu nome. Sem resposta. Bati palmas antes de chegar à porta. Nada. Insisti no grito, estendendo a sílaba final. Do outro lado da vila, surgiu um cachorro vira-lata, que me fez festinha, mas logo se desinteressou ao perceber que não era ele o motivo do meu chamado. Aproximei-me mais da porta, que estava aberta. E ali se descortinou uma espécie de túnel que nos leva para outra dimensão.

Nas paredes, centenas de recortes de jornal, flâmulas, pôsteres, fotos e tudo mais que se possa imaginar sobre o Salgueiro. Um capacho vermelho na entrada parecia avisar: “Para entrar aqui, tem que ter sangue rubro!” Fitas, CDs, carteirinhas antigas, troféus, bandeiras, aquela sala apertada se transforma num espaçoso salão quando o propósito é guardar a memória salgueirense. Sempre há espaço para mais um broche, uma capa de revista, um desenho de fantasia.

O local não me era estranho, já tinha estado ali outras duas vezes para fazer entrevistas para o jornal onde trabalho – e qual não foi minha alegria ao ver que aquelas reportagens estavam coladas na parede. Apesar de conhecer o espaço das visitas anteriores, ao chegar senti algo diferente. Afinal, dessa vez eu estava no meio de um orocesso de imersão profunda na história do Salgueiro. E estar ali, no templo da memória vermelha e branca, passou a ter um significado especial.

Djalma Sabiá era o presidente de honra da escola que ajudou a fundar - Foto: Reprodução
Djalma Sabiá era o presidente de honra da escola que ajudou a fundar – Foto: Reprodução

De repente, aparece Djalma Sabiá, vindo do outro lado da vila. Caminhando com dificuldades, com a ajuda de uma muleta por conta de um problema no joelho, veio vagarosamente em minha direção. A boina era banca, com detalhes em vermelho, como se fosse preciso gritar ao mundo que aquele DNA era salgueirense. O sorriso estava estampado no rosto, o que me garantia que as próximas horas seriam de uma boa conversa.

Para Djalma Sabiá, é claro, aquela era uma visita como tantas outras. O fundador do Salgueiro é a referência maior quando se fala na escola – e no samba de forma geral. Ali pisam pesquisadores, jornalistas, amantes do Carnaval, antropólogos, curiosos, enfim, todos os que querem saber mais sobre a origem da nossa festa.

O sambista me recebeu muito bem, como de costume. Nós nos sentamos. Um ventilador antigo, que teimava em desligar sozinho, aplacava o calor. Cafezinho? Não, obrigado. Todos acomodados, instalados, preparados? Então vai começar a viagem no tempo.

Djalma de Oliveira Costa nasceu em 13 de maio de 1925, exatos trinta e sete anos depois da Abolição da Escravidão, e aproveitou muito a liberdade quando criança, na Rua Pinto Guedes, perto dos Morros do Borel e da Casa Branca. O samba já estava dentro de casa: a mãe era porta-bandeira da Unidos da Tijuca. Alzira de Oliveira Costa era uma moça avançada para a época. Trabalhava como maquinista na fábrica Souza Cruz, e era a única mulher na função. Nos anos 1930, frequentar o samba também não era bem-visto, mas Alzira não se importava: ela defendeu o estandarte azul e amarelo no primeiro título da escola do Borel, em 1936.

Mas não foi a bateria tijucana que fez Sabiá se apaixonar pelo samba. Sua primeira lembrança remete às obras de Sinhô, autor de “Jura” e “Gosto Que Me Enrosco”, na voz de Mário Reis, um dos cantores de maior sucesso daquele tempo. Essa foi a trilha sonora da infância de Djalma Sabiá.

Vez por outra, descia no Carnaval para ver a Unidos da Tijuca se formar na Rua São Miguel. A escola se juntava ali e dava uma volta pelo bairro antes de ir para a Praça Onze – andando os 7 km a pé, é bom ressaltar. Sabiá ficava só observando; ainda não tinha sido mordido pelo mosquito do samba, que apareceria logo depois, em forma de mulher.

Se o fato de ter uma porta-bandeira campeã em casa não o aproximou do Carnaval, ao ver Jurema da Silva rodopiando, com o estandarte da Depois Eu Digo, a coisa mudou de figura. Djalma Sabiá se apaixonou e foi morar na Ladeira Pirassununga, no Morro do Salgueiro – ali começava seu casamento com Jurema e com outro grande amor: o Carnaval.

Na mesma época, passou a frequentar a tinturaria da avó, na Rua Desembargador Isidro, também na Tijuca. Os empregados eram todos do Morro do Salgueiro, e, conforme o Carnaval ia se aproximando, o assunto era obrigatório nas rodas de conversa. No terreno ao lado, havia uma sapataria de dois italianos, ponto de encontro dos mais variados biscateiros do bairro. Todos passavam por ali para ver se havia algum serviço, de pintores e eletricistas a serventes de pedreiro. Um desses biscateiros era Antenor Gargalhada, o primeiro grande sambista do Morro do Salgueiro, cujo vozeirão impressionou o menino Sabiá: “Todo mundo parava para vê-lo cantar. Chegava a juntar gente na porta da sapataria.”

Logo Djalma Sabiá começou a frequentar a Azul e Branco, escola de Gargalhada e de boa parte de seus amigos. Passou pela Unidos do Salgueiro, mas acabou se firmando mesmo na Depois Eu Digo, escola onde dançava sua mulher, Jurema – anos depois, quando Jurema morreu, se casou com outra porta-bandeira, Estandília. Perguntado se tem uma predileção especial pelas defensoras de pavilhão (além de ser filho de uma), Sabiá não titubeou na resposta: “Elas é que gostam de mim!”

Na segunda metade dos anos 1940, era motorista de ônibus e acabou pegando uma pneumonia seriíssima, que se agravou e o deixou em casa por quatro anos, sem trabalhar. Seu passatempo, então, era ir para a sede da escola, ajudar a encourar os instrumentos, ver a meninada sambando, aprender um pouco mais sobre aquele mundo. Foi aí que o presidente Paulino de Oliveira, vendo aquele rapaz tão dedicado à agremiação, o interpelou: “Você gosta muito da escola, né? Vou botar você na diretoria.” “Mas eu não conheço nada disso aqui, ainda estou aprendendo”, respondeu. “Tudo bem, ninguém nasce sabendo! Você vai ser o diretor de Patrimônio da Escola!”, disse Paulino.

O nome era pomposo e a função parecia importante, mas logo em seu segundo dia como diretor Sabiá descobriu que o “patrimônio” da Depois Eu Digo praticamente não existia: não passava de um banco velho, uma mesa, uma geladeira usada… A função não exigia muito esforço, mas ele arrumou um jeito de colaborar de forma mais efetiva: cuidando dos instrumentos da bateria.

Pronto, aquele era seu patrimônio! E foi assim que começou a conviver com as pessoas mais importantes da escola, a sair pelas ruas para pedir instrumentos emprestado no pré-Carnaval e, especialmente, a entender de bateria.

Mais ou menos na mesma época, surgiu o apelido que o marcaria pelo resto da vida. Ao contrário do que se poderia imaginar de um compositor, o Sabiá que carrega no nome artístico não vem de seus dotes vocais. Djalma adorava futebol e tinha um time de pelada que jogava no Campo do Boavista. Lateral esforçado, não era um craque no apoio nem marcava muitos gols, mas na defesa era quase imbatível – era difícil passar por ele.

Certa vez, o técnico do time adversário ficou tão irritado com seus atletas, que invariavelmente perdiam a bola, que gritou: “Dá uma porrada nesse perna de sabiá! Esse cara tá tirando onda com a gente, ninguém passa por ele, joga ele na vala! Seu perna de sabiá!” Na volta para casa, a gozação foi geral, e o apelido acabou pegando – não pelo canto mavioso, mas pelas pernas finas. E o pássaro, que marcou a carreira de tantos grandes nomes da MPB, como Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Chico Buarque e Clara Nunes, ganhou mais um capítulo na história da nossa música.

Djalma sabiá foi um dos fundadores do Salgueiro - Foto: Reprodução
Djalma foi um dos fundadores do Salgueiro – Foto: Reprodução

Em 1953, Djalma Sabiá esteve presente nas reuniões para a fundação do Salgueiro – e guarda com carinho as atas em sua casa. Com ele, são considerados fundadores nomes como Paulino de Oliveira, Eduardo dos Santos Teixeira, Antônio Almeida Valente, Mané Macaco, Alcides Nascêncio, Djalma Chocolate, Pedro Ceciliano (Peru), Manoel Carpinteiro, Durval de Jesus, Cabinho, Malandro, Manelito, Custódio Augusto, Bitaca, Totico, Joviano e Neca da Baiana.

Nos Acadêmicos do Salgueiro, Djalma Sabiá sempre foi um dos atores políticos mais importantes. Em todas as eleições, posicionava-se de um dos lados e articulava os nomes nos bastidores. Em muitas chapas, chegou a concorrer efetivamente em cargos como secretário ou vice-presidente.

Em 1959, Djalma Sabiá passou por uma de suas experiências mais ricas no Salgueiro. Ele fez parte da comitiva que foi a Cuba, na primeira viagem internacional de uma escola de samba, em missão cultural para festejar a vitória da revolução socialista. Embarcaram num voo da Aerolíneas Argentinas vinte e seis sambistas salgueirenses, entre eles Sabiá, Noel Rosa de Oliveira, Moacyr Lord, Eni, Nelson de Andrade e Paula do Salgueiro. Para facilitar os trâmites burocráticos, foram emitidos dois passaportes coletivos, cada um com treze fotos. 

Passsista do Salgueiro durante visita da escola em Havana, nas celebrações da vitória da Revolução Cubana - Foto - Reprodução
Passista do Salgueiro durante visita da escola em Havana, nas celebrações da vitória da Revolução Cubana – Foto – Reprodução

O grupo chegou a Havana no dia 1º de maio e logo se apresentou na Avenida El Malecón, ao lado de outras quarenta e nove delegações estrangeiras. Em seguida, exibiu-se nos jardins da embaixada brasileira para o Corpo diplomático. Na noite seguinte, foi a vez de um show na famosa boate Tropicana, que terminou como um autêntico Carnaval. A viagem foi um sucesso na parte artística, mas um fracasso na área financeira. A prometida ajuda de custo do Departamento de Turismo não veio, e Nelson de Andrade teve de tirar dinheiro do próprio bolso para pagar as despesas dos sambistas.

Na volta, Paula do Salgueiro deu um jeito de minimizar o prejuízo: armou uma roda de samba no Aeroporto de Havana, pouco antes de embarcar, com ritmistas e passistas. Cubanos e turistas ficaram encantados e acabaram colaborando generosamente com o pandeiro que Paula passou.

Se Djalma Sabiá foi a Cuba mostrar nosso principal produto tipo exportação, o samba, poderia ter levado na bagagem outra iguaria que também teria feito sucesso com os gringos: a bebida leite de onça. Sabiá

É o inventor dessa delícia que mistura leite condensado, leite de coco e cachaça. Criada assim que o sambista foi morar no Salgueiro, a bebida passou a ser produzida em quantidade por Sabiá, que aproveitava para vender durante os ensaios. Pouco tempo depois, já era fácil encontrar o leite de onça em outras quadras de escolas de samba do Rio.

Mas a batida não foi a principal contribuição de Djalma Sabiá à cultura brasileira. Seu nome brilhou mesmo como compositor de sambas-enredo. Basta dizer que ele é o autor de “Chico Rei” (com Geraldo Babão e Binha), considerada uma das mais bonitas obras que o Carnaval já produziu (“No ponto mais alto da Cidade, Chico Rei/ Com seu espírito de luz/ Mandou construir uma igreja/ E a denominou/ Santa Efigênia do Alto da Cruz”). Além disso, é autor de cinco outros sambas do Salgueiro: os de 1956 (“Brasil, Fonte das Artes”), 1957 (“Navio Negreiro”), 1958 (“Homenagem aos Fuzileiros Navais”), 1959 (“Debret – Viagem Pitoresca Através do Brasil”) e 1976 (“Valongo”).

Geraldo Babão, um dos parceiros Djalma sabiá no antológico samba 'Chico Rei' - Foto: Reprodução
Geraldo Babão, um dos parceiros Djalma sabiá no antológico samba ‘Chico Rei’ – Foto: Reprodução

Para compor “Chico Rei” com os irmãos Geraldo Babão e Binha, Sabiá conta que precisou pesquisar muito a história do rei de uma tribo africana trazido como escravo para o Brasil. Quando os três parceiros se juntavam, o conhaque de alcatrão era a companhia preferida. Mas Babão, quando bebia, começava a dar palpites na letra de Sabiá. E aí as discussões eram intermináveis. Até que Babão pegava sua flauta, tirava a melodia e acalmava o parceiro. “Em melodia ele dava um banho. O meu trabalho era pesquisar, historiar”, conta Sabiá.

Um dos grandes responsáveis por popularizar o samba “Chico Rei” foi Martinho da Vila, que o registrou em disco. No dia da gravação, Babão disse que o cantor estava chamando Djalma Sabiá no estúdio. “Mas o que eu vou fazer no estúdio? Não sou cantor, não sei cantar!”

“Não é para cantar, o Martinho quer que você explique a ele duas palavras que estão na letra”, disse Babão. EE lá foi Djalma Sabiá ao estúdio explicar que “Bengo” era o rio que cruzava Angola e “baobá” era uma árvore frondosa, nativa do continente africano. E assim Martinho pôde cantar, sem vacilar, um dos trechos mais bonitos de “Chico Rei”: “Ô, ô, ô adeus, baobá, ô, ô, ô/ Ô, ô, Ô adeus, meu Bengo, eu já vou”. Ouça aqui a versão gravação de Martinho no álbum “Samba de Todos os Tempos”:

Martinho da Vila interpretou 'Chico Rei' em pleno Theatro Municipal em seu show Concerto Negro: consagração para Djalma sabiá, que estava na plateia - Foto: Reprodução
Martinho da Vila interpretou ‘Chico Rei’ em pleno Theatro Municipal em seu show Concerto Negro: consagração para Djalma sabiá, que estava na plateia – Foto: Reprodução

No ano 2000, quando Martinho da Vila estreou o espetáculo “Concerto Negro”, no Theatro Municipal, o cantor fez questão de enaltecer a presença de Djalma Sabiá na plateia. “Agora vou declamar um samba-enredo antológico, para mim o mais bonito de todos os tempos, ‘Chico Rei’”, disse Martinho: “E um dos autores desse samba está aqui, Djalma Sabiá!” O Theatro Municipal em peso se levantou e aplaudiu o compositor, que não segurou as lágrimas. Era a consagração definitiva do salgueirense num palco ao qual o samba demorou a chegar.

Com tantas alegrias trazidas por “Chico Rei”, não é de se estranhar que uma das relíquias que Djalma Sabiá guarda em sua casa com mais cuidado seja uma pedra da mina onde o escravo trabalhou, em Minas Gerais. Para algum desavisado, pode parecer apenas mais um bloco de concreto; mas, para Sabiá, é a pedra fundamental de uma carreira vitoriosa e cheia de momentos emocionantes, que o transformou nessa joia da coroa salgueirense.

O centro cultural que leva o nome de Djalma sabiá, dedicado à memória do Salgueiro - Foto: Reprodução
Imagem do projeto do centro cultural que leva o nome de Djalma Sabiá, dedicado à memória do Salgueiro – Foto: Reprodução

Em 2013, o Salgueiro anunciou a intenção de construir o Centro Cultural Djalma Sabiá. A escola comprou uma casa de três andares, em frente à quadra da Rua Silva Teles, onde ficará essa espécie de museu salgueirense, com todas as informações sobre a história da agremiação.

O trabalho que Sabiá fez durante décadas e décadas, reunindo num pequeno quarto todo o acervo da vermelho e branco, ganhará um espaço maior – merecidamente com seu nome estampado na entrada. É a concretização da razão de viver desse baluarte, motivo de orgulho para o samba brasileiro.

O futuro de uma escola de samba só pode ser construído a partir de seu passado. Não é à toa que, ao olharmos para frente, para o centro cultural, acabamos voltando ao começo de tudo, à figura do fundador, Djalma Sabiá. Os próximos passos do Salgueiro devem ser dados sempre com os olhos no caminho que foi percorrido por seus bambas. E tudo fica mais fácil quando a tarefa é seguir os ensinamentos de craques como Anescar, Louro, Paula, Pamplona, Zuzuca, Narcisa, Arlindo, Romana, Bala, Quinho, Gargalhada, Rita, Noel, João, Nelson, Neném, Renato, Casemiro, Babão, Ronaldinho, Laíla, Isabel e tantos mais. Que os novos salgueirenses olhem para eles e se inspirem em viver muitas outras histórias, para ilustrar os próximos livros sobre a Academia do Samba.

 

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