John Legend celebra o amor, antídoto para os tempos de ódio

John Legend - Foto: Reprodução
Capa de 'Bigger Love', sétimo álbum de estúdio de John Legend - Foto: Divulgação
Capa de ‘Bigger Love’, sétimo álbum de estúdio de John Legend – Foto: Divulgação

Esta sexta-feira (19) que marca os 155 da emancipação, ou seja, o fim da escravidão nos Estados Unidos foi a data escolhida por John Legend para lançar “Bigger Love”, seu sétimo álbum de estúdio. E nesse contexto em que a população negra toma as ruas de seu país e do mundo, o artista usa sua voz – uma das mais cena musical – para dar recados que vão muito além de canções, por mais que cantar seja necessário em tempos como os que passamos, assistindo a escala do ódio e do preconceito. E apresenta um antídoto em forma de música. “Nesta época difícil, algumas pessoas podem se perguntar se não há problema em rir, dançar ou ser romântico”, diz o músico.

“Ultimamente, as imagens de pessoas negras na mídia têm nos mostrado com joelhos em nossos pescoços, de luto ou expressando nossa indignação coletiva. Sentimos todas essas emoções. Mas é importante continuarmos mostrando ao mundo a plenitude do que é ser negro e humano. Podemos fazer isso por meio da nossa arte. Esse álbum é uma celebração do amor, da alegria, da sensualidade, da esperança e da resiliência, coisas que fazem com que nossa cultura seja tão bonita e influente”, resume John Legend, mostrando que vidas negras importam e que vozes negras precisam se expressar.

John Legend - Foto: Reprodução
John Legend – Foto: Reprodução

Com produção executiva de Raphael Saadiq, “Bigger Love” traz participações de Jhene Aiko, Koffee, Rapsody e Gary Clark Jr. O álbum já nasce com a aura de um clássico de John Legend, dono de vários álbuns de platina e 11 prêmios Grammy ao longo da carreira. Em suas 16 faixas, Legend deixa seu talento falar alto, com fartas doses de êxtase musical na melhor tradição da black music.  A faixa-título mergulha na faceta mais pop da soul music. Acrescida de uma percussão com sotaques latinos e sopros festivos, nos convida a uma dança descompromissada. A proposta em “I Do” com pitadas de Disco Music e suas infalíveis linhas de baixo. Dono de grandes recursos, Legend espalha sensualidade em faixas como “U Move I Move,” “Slow Cooker”e “Favorite Place”. Flerta com os improvisos do hip hop em “Ooh Laa”e “Actions” e deixa a sensibilidade extravasar em baladas como “Conversations in the Dark” e “Never Break”. Aliás, Legend é um mestre na interpretação de baladas românticas que saem de sua extensão vocal como preces em forma de música. Valem mais do que qualquer livro de auto-ajuda. Ouça o álbum aqui:

 

Reações positivas

As primeiras críticas publicadas na imprensa americana confirmam a excelência deste trabalho. A Rolling Stone definiu a faxa “Bigger Love” como “uma música pop pronta para a pista de dança, que exala alegria até mesmo nestes tempos difíceis”. E a  Billboard diz que “Actions” “pode significar algo ligeiramente diferente para todos, mas, novamente, Legend usou sua plataforma para motivação positiva”. Para a MTV, “Conversations in the Dark” é “emocionante”: “John Legend escreveu os votos mais lindos do mundo”.

Embalado pelo lançamento e na proximidade da celebração do Dia dos Pais nos Estados Unidos neste domingo (21), Legend apresentará um programa especial com uma hora de duração: “John Legend and Family: A Bigger Love Father’s Day”, que irá ao ar às 20h (horário local) na ABC. Na quinta-feira (25) de junho, o cantor fará um show virtual de #BIGGERLOVE em colaboração com Wave e em prol da Let’s Free America. Como filantropo, Legend iniciou a campanha #FREEAMERICA em 2015 para mudar a discussão em torno das políticas de justiça criminal equivocadas em seu país e contribuir para acabar com o encarceramento em massa. Em abril, foi um dos destaques do One World Together: At Home, um festival online ligado à organização Global Citizen, que arrecadou fundos para o combate ao Covid-19 e que teve a curadoria de Lady Gaga.

Em declaração aos fãs, Legend reafirma a humilde contribuição que pode dar com sua arte nos dias de hoje:  “Não tenho nenhuma ilusão de que a música possa salvar o mundo ou resolver todos os problemas que existem nele. Mas sempre busquei a música para me ajudar a enfrentar momentos difíceis e sei que muitos de vocês também fazem isso. É por isso que eu estava ansioso para lançar este álbum para o mundo. Fiz minha estreia em 2004 com um álbum chamado “Get Lifted”. Agora, em 2020, espero que este novo álbum possa animar vocês novamente, encher seus corações de amor e inspiração, trazer algo para dançar, segurar as mãos, fazer amor”.

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