Meio século depois, a corte do King Crimson continua plena

Dia 10 de outubro de 1969. Naquela ocasião o mundo já era outro por causa da ida do homem à Lua. O mundo ainda sangrava com a guerra do Vietnã e rilhava os dentes com a Guerra Fria. O rock inglês dava as cartas na Terra e grandes bandas ainda engatinhavam. Música de qualidade e variada não era algo estranho no Reino Unido, pelo contrário. Mas então nasceu “In a court of the Crimson King” e o rock mudou para sempre.

Considerado o primeiro álbum inteiramente progressivo, “In a court” influenciou todo mundo, a começar pelos grandes músicos. Bandas como Yes e Pink Floyd prestaram-lhe homenagens desde o primeiro momento. O baixista e vocalista Greg Lake deixaria o KC para se tornar a voz do maravilhoso Emerson, Lake and Palmer.

Consagrado instantaneamente na estreia, o Crimson desfilou numa longa jornada de grandes trabalhos, muitas substituições de integrantes e uma carreira impecável. Dez entre dez grandes roqueiros indicam “In a court” como um álbum quintessencial do gênero. Há pouco o KC tocou em São Paulo e Rio de Janeiro (RiR) fazendo shows irrepreensíveis com altíssima sofisticação musical, tudo sob as ordens do excepcional guitarrista e fundador Robert Fripp, único membro de todas as formações da banda.

Clássico atemporal, “In a court of the Crimson King” mantém o frescor original de 50 anos atrás. O King Crimson não trilhou os maiores públicos nem as super vendagens, mas seu talento prevaleceu: nenhuma banda de rock teve – e tem! – tanto respeito de seus geniais contemporâneos, mesmo fazendo tudo fora da caixa: só agora chegaram as plataformas digitais, liberando todo o acervo fonográfico.

E num grupo dos deuses com Yes, Genesis, Pink Floyd, Jethro Tull e outros, o King Crimson conseguiu a proeza de ser a banda inglesa mais desafiadora do ponto de vista artístico. Quem tiver dúvidas a respeito, basta acompanhar o show de placa que o KC apresentou domingo passado no Rock in Rio.

Vida longa ao Rei Escarlate.

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