Mulheres que cantam Jamelão

Desde 2015 ocupando uma quarta-feira por mês o Centro Cultural João Nogueira – Imperator, o projeto Quartas Brasileiras abre no próximo dia 29 a temporada 2020 com as cantoras Ana Costa e Áurea Martins no espetáculo “Um tributo a Jamelão”. Com o repertório recheado de sucessos do inesquecível intérprete que por décadas também
foi a voz da Mangueira.

A ideia do espetáculo foi da diva Áurea Martins, que, recentemente, sonhou com Jamelão e resolveu fazer um show em homenagem ao rei do samba-canção. Convidou, então, Ana Costa, com quem, havia muito tempo, tinha vontade de dividir o palco. Ana, que também já cantou em orquestras, aceitou de imediato o convite. Juntas prepararam um
show com repertório baseado nas canções imortalizadas por Jamelão. Combinando a vivência de cada uma, Áurea vai cantar os sambas-canção; e Ana, o samba. Vejam as duas cantoras em ação:

No repertório, estão belos clássicos do cancioneiro de Jamelão, que nasceu José Bispo Clementino de Jesus e morreu em 2008. São sucessos como “Folha Morta”, “Matriz ou Filial”, “Ela Disse-me Assim”, “Cadeira Vazia”,
“Maria Rosa”, “Loucura” e “Esses Moços”. Além de dois sambas eternizados na voz do Jamelão que homenageiam
sua escola de coração: “Hino de exaltação à Mangueira” e “Piano na Mangueira”.

Ana Costa cantará os sambas e a veterana Áurea interpretará os samba-canções eternizados na voz de Jamelão - Foto: Guile
Ana Costa cantará os sambas e a veterana Áurea interpretará os samba-canções eternizados na voz de Jamelão – Foto: Guile

Clima das casas noturnas de jazz

Áurea e Ana apresentam-se acompanhadas de um trio formado pelo pianista Itamar Assiére, pelo baixista Ivan Machado e pelo baterista Diego Zangado. Assiére assina também a direção musical e os arranjos que dão ao show um nobre e moderno resultado para canções tão clássicas. E assim as cantoras transportam a plateia para o clima das casas noturnas de música e jazz e para as grandes gafieiras – templos da música dançante das noites boêmias
cariocas. “Em linhas gerais, o samba-canção faz uma releitura mais elaborada na melodia – enfatizando-a – e possui um andamento moderado, o mais lento dentro das vertentes do moderno samba urbano. E é centrado em
temáticas de amor, solidão e na chamada dor de cotovelo”, explica a veterana Áurea.

O público do Quartas Brasileiras é fiel e costuma lotar o emblemático Imperator, hoje Centro Cultural João Nogueira. Isso porque a região do Méier tem poucas opções de lazer, especialmente espetáculos musicais. Mas
moradores e frequentadores do bairro são muito ligados à cultura e à arte e teve o sambista como um de seus filhos mais ilustres. Ana Costa se identifica com o bairro: “Vivi num internato de freiras ali mesmo chamado São Pedro de Alcântara, que não sei se ainda existe. Passei dois anos da minha infância ali porque minha mãe não podia ficar comigo o tempo inteiro”, recorda Ana.

SERVIÇO
UM TRIBUTO A JAMELÃO – ANA COSTA E ÁUREA MARTINS
Imperator – Centro João Nogueira (Dias da Cruz, 170 – Méier)
29/1, às 16h.
Ingressos: R$ 50 e R$ 25

 

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