O Samba Mobiliado de João Cavalcanti

João Cavalcanti - Samba Mobiliado

Embora esteja se firmando como um compositor eclético que transita por vários ritmos, João Cavalcanti tem aquele pé no samba que não consegue negar, aquele pé no chão. Afinal, foram 16 anos de Casuarina, um dos grupos de samba intimamente ligados ao renascimento cultural do bairro carioca da Lapa e que ganhou o mundo apresentando-se em diversos países.  Em sua carreira solo, o artista havia lançado dois álbuns: Placebo (2013) e Garimpo, feito em duo com o pianista/acordeonista Marcelo Caldi. Em 2019, o samba falou mais alto e o artista lançou neste semestre o EP Samba Mobiliado, já disponível nas plataformas digitais.

capa ep samba mobiliado
Capa do EP Samba Mobiliado – Foto: Reprodução

São ao todo seis canções, gravadas ao vivo em abril deste ano no estúdio da Som Livre, na Barra da Tijuca (RJ). Duas são inéditas: Moleque, composta por João, e , feita em parceria com Thiago da Serrinha; três regravações para sambas de sua autoria gravados anteriormente com o Casuarina: Queira ou Não Queira (parceria com Alaan Monteiro),  Quando Você Deixar e Ponto de Vista (parceria com Edu Krieger). Completa o EP a música Bicho Saudade, segunda parceria de João com seu pai, o pernambucano Lenine, e interpretada pelos dois, que já foi objeto de postagem anterior que você lê clicando aqui.

Nos cinco sambas do EP, que foi gravado e mixado por Henrique Vilhena e masterizado por Carlos Freitas, João Cavalcanti é acompanhado por Alaan Monteiro (arranjos e bandolim), Gabriel de Aquino (violão), João Rafael (contrabaixo) e Thiago da Serrinha (percussão). O processo de gravação das canções foi todo filmado e ganhou versões em vídeo, com direção de Maria de Médicis. Confira aqui o clipe de Ponto de Vista. 

Muita coisa dentro do Samba Mobiliado

“É Samba Mobiliado porque tem muita coisa dentro. Tem o trânsito da cidade, tem uma bagagem abrangente e desamarrada dos rótulos, tem uma formação instrumental sui generis, tem uma vontade genuína de explorar quantos caminhos houver”, afirma João, referindo-se à utilização de um contrabaixo acústico na gravação. “Tem espaço até pra uma canção como Bicho Saudade, que não parece um samba, tudo vale nessa decoração de interiores. O samba tem que ser o que ele é, não o que determinam que ele não seja”, define  o sambista.

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