OSB chega aos 80 anos

A OSB em 1940, ano de sua fundação - Foto: Acervo OSB
A OSB em 1940, ano de sua fundação – Foto: Acervo OSB

A música está em festa nesta segunda-feira (17). Foi na tarde de um sábado de agosto de 1940 que a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) subiu ao palco pela primeira vez. Sob a regência do maestro Eugen Szenkar, o grupo interpretou obras de Beethoven, Weber, Nepomuceno, Wagner e Weinberger no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dando início a uma história de grandes realizações, pioneirismo e democratização do acesso à música de concerto, que completa 80 anos nesta data.

Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.

A OSB é o mais tradicional conjunto sinfônico do Brasil e um dos mais antigos da América Latina. Foi a primeira orquestra do hemisfério sul a ter em seu currículo uma extensa turnê pela Europa e pelos Estados Unidos. Responsável por revelar talentos como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Menezes, fez história ao promover a popularização da música de concerto com projetos relevantes como os Concertos da Juventude e o Aquarius, realizados em grandes espaços públicos e com entrada franca. O povo merece. Lembre aqui uma dessas inesquecíveis apresentações, o concerto da OSB em 2008 no Forte Copabana, no Rio, celebrando os 50 anos da Bossa Nova com regência do maestro Isaac Karabtchevsky e a cantora Leila Pinheiro entre os solistas:

 

Os musicistas da OSB ensaiam e se apresentam de suas casa durante a pandemia - Foto: Reprodução
Os musicistas da OSB ensaiam e se apresentam de suas casa durante a pandemia – Foto: Reprodução Zoom

Os planos iniciais para comemoração das oito décadas de existência da OSB se baseavam numa temporada festiva para 2020, com ênfase na música de concerto brasileira e seus grandes compositores. Em função da pandemia, o projeto precisou ser repensado. “O isolamento nos proporcionou a possibilidade de inovar, o que já é uma tradição da OSB. Adaptamos nossa programação para o formato digital, pois acreditamos que o cenário ainda não oferece a segurança sanitária necessária para voltarmos à rotina de ensaios e concertos presenciais. Sabemos que nada substitui a experiência de estar em uma sala de concerto, mas estamos trabalhando no sentido de oferecer em nossos canais digitais um produto de qualidade e que transmita ao público a emoção presente em todas as nossas apresentações”, explica Ana Flavia Cabral Souza Leite, diretora-geral da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (FOSB). Todos os programas da temporada virtual serão gravados pelos músicos individualmente a partir de suas casas e os concertos serão exibidos nas páginas da OSB no Facebook e Youtube semanalmente.

Nesta segunda, dia do aniversário, às 19h, terá início a Série OSB 80 Anos. Serão seis vídeos publicados diariamente até o sábado (22). O primeiro terá “Música para fogos de artifício reais”, de Haendel, imprimindo todo o caráter festivo da série. Nos quatro vídeos seguintes serão homenageadas as famílias de instrumentos da orquestra: a Percussão, interpretando Bach e Ernesto Nazareth; as Cordas, executando uma obra de Alberto Nepomuceno; Mozart sob os cuidados das Madeiras; e Giovanni Gabrieli ao som dos Metais. Encerrando a série, a orquestra se une novamente para interpretar o célebre trecho do quarto movimento da Nona Sinfonia de Beethoven, a “Ode à Alegria”. Assista aqui o primeiro concerto da série especial dos 80 anos da OSB:

A Série Beethoven, em homenagem aos 250 anos do compositor alemão, contará com cinco concertos virtuais, e o primeiro deles será exibido no dia 25 de setembro. Ao longo do ciclo, será apresentado um panorama com algumas das principais obras do gênio de Bonn.

Um dos grandes trunfos da OSB para a Temporada 2020, a Série Clássica Brasileira também ganhará espaço no novo cenário, com dez concertos. No ciclo serão apresentadas obras de compositores nacionais desde Carlos Gomes e Villa-Lobos até artistas contemporâneos como Rodrigo Cicchelli e João Guilherme Ripper. O primeiro programa ganha as plataformas no dia 1º de outubro, e os concertos seguem se revezando com a Série Beethoven até o fim do ano.

 

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