Phil Collins – 70 anos

Phil Collins

Por Paulo Roberto Andel

Phil Collins faz 70 anos neste sábado. Eu o ouço desde seus 30. Tudo passa rápido demais.

Ao contrário de muitos fãs do Genesis, eu só conheci a – maravilhosa – fase Peter Gabriel já adolescente. O meu Genesis de origem era com Collins e não menos sensacional por isso. Os dois são, mas eu comecei de trás para a frente.

Para não deixar dúvidas, um dos maiores bateristas da história. Quando precisou se tornar um frontman, não foi à toa que o Genesis recrutou Chester Thompson, outra fera, para fazer as turnês. O esplêndido e aposentado Bill Brufford também esteve por lá. Vejam Phil e Chester em ação. É de cair o queixo:

Phil Collins em ação na primeira fase do Genesis - Foto: Divulgação
Phil Collins em ação na primeira fase do Genesis – Foto: Reprodução

Sinceramente, era muito difícil superar a presença de Peter Gabriel no Genesis, mas Phil Collins cumpriu a tarefa com pleno êxito. Mudou os rumos, levou o progressivo para o pop sofisticado, injetou os metais da soul music que sempre curtiu, deu pitadas românticas na mistura e levou seu conjunto a públicos gigantescos por todo o planeta. Fez tanto sucesso que ganhou muitos detratores, especialmente no Reino Unido, mas nenhum deles sequer arranhava seu sucesso. Além do Genesis, a carreira solo de Collins emplacava um hit atrás do outro e não é coincidência que os dois trabalhos tivessem sonoridades cada vez mais parecidas, tendo até os mesmos músicos de apoio.

O Genesis parou, Phil Collins tornou-se bissexto e também passou a conviver com problemas de saúde que limitavam sua atuação em shows. Em 2007 a banda suspirou com uma turnê de reunião e parou novamente, mas o excelente documentário “Sum of the Parts” (2014), inclusive com o eterno genesiano Peter Gabriel sorrindo e brincando, deixou pistas de que algo poderia vir à frente. E depois Collins encarou a dor e tudo para excursionar, inclusive passando pelo Maracanã. E agora a banda está de volta para mais shows em setembro, desta vez com o jovem Nic Collins na bateria – filho de Phil e considerado um fenômeno. Veja aqui “Sum of The Parts”.

Ouvi Phil Collins em toda a minha vida, o Genesis também. Em casa, no trabalho, em viagens, acampamentos, no botequim, em muitos lugares. Eu lembro de quando meu saudoso amigo Fred colocou “A Trick of the Tail” para tocar em casa, em 1977. Em 1982 eu vibrava com “Duke” e “Abacab”. Depois disso é que fui conferir as maravilhas da fase Gabriel. Que banda! E o próprio Gabriel, um dos maiores artistas de todos os tempos, afirma humildemente em “Sum of the Parts” que a banda foi muito maior e importante sem ele. Na verdade é uma reverência à importância definitiva de Phil Collins no rock e no pop.

Um grande cara. Um grande músico. Uma história que atravessa dois séculos. Nada está previsto além da turnê, mas o Genesis sempre pode surpreender.

2 thoughts on “Phil Collins – 70 anos

  1. Phil Collins, Peter Gabriel e Genesis. Sempre há muito deles em minhas playlists.

    Lembro-me de um episódio acontecido no início dos anos 2000, quando eu era professor de uma faculdade particular na zona norte do Rio, que hoje não existe mais. Beirava as 22 horas, final da aula, eu fazendo a chamada nominal, quando um automóvel começou a tocar That’s All no último volume. Parei por alguns segundos para admirar. Numa época em que era (ainda é) comum tocar paxé e “funk”, ouvir Genesis foi como uma lufada de ar fresco durante uma erupção vulcânica. Terminei a aula me despedindo de todos com um “That’s all”. Pela escassez de sorrisos, pvi que pouquíssimos entenderam. Voltei para casa em êxtase ouvindo o cd “Carrossel” (Serious Hit Live) do Phil.

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