Rio Montreux Jazz Festival em edição online

Rio Montreux jazz Festival

No ano passado o Rio vibrou com a realização de uma edição do local do Montreux Jazz Festival. Palcos de variados tamanhos foram espalhados pela cidade oferecendo aos cariocas e aos vistantes experiências memoráveis. A organização do evento confirmou a segunda edição, mas desta vez no formato virtual, online e gratuito, com uma line-up dominada por artistas nacionais e alguns nomes de peso da cena internacional. Será entre sexta (23) e domingo (25). Em momentos de distanciamento social, o Rio Montreux Jazz Festival vai conectar Rio, Los Angeles e Nova York. Para receber notificações sobre o início de cada apresentação, é recomendável assinar o canal do festival no YouTube.

Milton Nascimento
Milton Nascimento

Por aqui, a maioria das performances será realizada no Fairmont Copacabana, tendo como pano de fundo a deslumbrante orla de Copacabana.  Haverá ainda uma apresentação com um tom mais intimista, executada na casa de Milton Nascimento, em Juiz de Fora (MG). Ao todo, serão 23 shows inéditos, entre apresentações solo e encontros históricos. Além do Bituca, estão confirmados Toquinho, João Donato, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda, Amaro Freitas e Roberto Menescal, entre outros. Já o time de artistas internacionais traz atrações como Macy Gray, Christian Scott, Anat Cohen, o coral Sing Harlem e Stanley Jordan.  

Macy Gray
Macy Gray

Durante os três dias de evento, o Rio Montreux Jazz Festival presenteará, mesmo sem a troca de energia entre artistas e público, a plateia virtual com shows inéditos. A diva Macy Gray vai relembrar momentos marcantes de seus 20 anos de carreira. E o time de atrações femininas é fortalecido com excelentes apresentações como as pianistas Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco, que formam o premiado duo Gisbranco, temperado com a técnica da percussionista Lahn Lahn. 

 Ainda falando delas, prestem atenção na big band Jazzmin’s, umas das maiores orquestras do mundo composta apenas por mulheres.  A clarinetista israelense Anat Cohen, uma espécie de embaixadora global do nosso chorinho, é outra presença confirmada no line-up, que ainda terá o Luísa Mitre Quinteto – comandando pela pianista, compositora e arranjadora Luísa Mitre, junto com Natália Mitre (vibrafone), Marcela Nunes (flauta e composição), Camila Rocha (baixo) e Paulo Fróis (bateria).  

Stanley Jordan e Diogo Figueiredo
Stanley Jordan e Diogo Figueiredo

Uma grande aposta do Rio Montreux Jazz Festival serão os encontros musicais com artistas de diferentes gerações tocando lado a lado e absorvendo influências mútuas. É o caso dos guitarristas Stanley Jordan e Diego Figueiredo, que vêm de uma turnê em dupla por casas dos EUA e Europa com ingressos esgotados e sucesso de crítica. Outro duo que promete emocionar é o formado pelo jovem e talentoso Amaro Freitas, pianista pernambucano, que se apresentará pela primeira vez ao lado de Hamilton de Holanda, virtuose do bandolim.

 

Yamandu Costa – Foto: Divulgação
Marcos Valle e Roberto Menescal
Marcos Valle e Roberto Menescal

E por falar em virtuoses, o Rio Montreux Jazz Festival promete ainda mais nesta edição que chegará às nossas casas no fim de semana. O gaúcho Yamandu Costa – destaque mundial no violão de sete cordas – dividirá as atenções com Toquinho, o último grande parceiro do saudoso Vinicius de Moraes. Já Roberto Menescal e Marcos Valle, legítimos representantes da primeira e segunda geração da Bossa Nova, prometem uma performance surpreendente totalmente instrumental. Muito entrosados, Menescal e Valle já corrreram o mundo tocando em duo e mostrando preciosidades da música brasileira para plateias nos cinco continentes. “Ficamos felizes com o convite do festival. Eles apenas pediram apenas que nosso número fosse totalmente instrumental. Eu e Marcos fizemos os ensaios á distância e nesta quinta estaremos nós e banda fazendo um ensaio presencial e passagem de som no hotel. Será muito bom rever o Marcos”, disse Menescal. 

E nesta semana em que completa 78 anos, Milton Nascimento receberá homenagens para se tirar o boné! Na atração “Os sonhos não envelhecem”, o coral Sing Harlem, um dos maiores corais Gospel dos EUA – que já gravou com artistas como Madonna e Sting – junta-se à Maria Gadu e Samuel Rosa para uma visita à obra de Milton Nascimento num show que terá participação do aniversariante ilustre. E na atração “Viva Gonzagão”, os jovens instrumentistas Michael Pipoquinha (baixo) e Mestrinho (sanfona) formarão como percussionista  Marcos Suzano um trio arretado para celebrar a obra do rei do baião e vai ficar fácil perceber que as águas do Cariri podem nos levar ao Rio Mississipi e vice-versa, pois a música nos faz viajar sem barreiras.  

Letieres Leite e a Rumpilezz
Letieres Leite e a Orquestra Rumpilezz

E falando em juventude, a prestigiada Camerata Jovem do Rio de Janeiro, projeto formado por jovens de comunidades carentes, que vem conquistando o mundo, retorna ao festival por conta do grande sucesso de sua apresentação na edição do ano passado. E uma inovação neste ano será o primeiro show instrumental da história do funk brasileiro, apresentado pela Funk Orquestra, aditivada com a participação de dançarinos do passinho. Você vai assistir de casa, mas vai ser impossível ficar parado.

E a inovação e ousadia do festival seguem. O maestro e instrumentista Letieres Leite e sua Orquestra Rumpilezz levarão as supreendentes divisões rítmicas afrobaianas para o festival. Já a PianOrquestra, formada por dez mãos e um piano expandido, mostrará o que um único instrumento pode fazer em harmonias e ritmo de forma criativa. Modernidades à parte, a Rio Jazz Orchestra, referência entre as big bands, chega ao Rio Montreux Festival lembrando grandes standards do jazz com arranjos originais e uma pitada de latinidade.

A Cor do Som Foto: Leo Aversa
A Cor do Som Foto: Leo Aversa

E para recordar a primeira apresentação de músicos brasileiros na edição Suíça do Montreux Jazz Festival na longínquo década de 1970, o grupo A Cor do Som sobe ao palco carioca do festival. Os artistas apresentam parte do mesmo repertório do show histórico de 1978 numa versão totalmente instrumental e que caba de ser registrada em estúdio pela primeira vez no “Álbum Rosa”, lançado este ano. Na ocasião, a plateia presente na pequena Montreux ficou de queixo caído com aquela apresentação da banda brasileira e sua peculiar fusão de ritmos brasileiros, rock progressivo e jazz. E agora, destaca o tecladista Mu Carvalho, A Cor do Som tem a felicidade de revistar esse repertório quase 40 anos depois.

Outra referência da música instrumental brasileira é o Som Imaginário, que conta com participantes ativos do Clube de Esquina como Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Victor Biglione, Robertinho Silva e  Luis Alves, levará para o evento uma sonoridade que une referências de rock progressivo e música regional. Outra grande novidade é o fundador dos Mutantes, Sergio Dias, que depois de longa temporada nos EUA apresenta seu novo projeto de jazz e música instrumental, com composições novas com uma grande banda misturando Jazz, Rock Progressivo e música brasileira. 

João Donato, o mestre zen da música brasileira - Foto: Acervo Pessoal
João Donato – Foto: Acervo Pessoal

 O maior nome do violoncelo mundial sobe ao palco na última noite do festival, acompanhado por seu trio instrumental. O músico e produtor musical Jaques Morelenbaum, vencedor de diversos Grammys, entra em cena para encantar o público com grandes sucessos da música brasileira. Fecham a lista de artistas confirmados para a segunda edição do Rio Montreux Jazz Festival dois pianistas de diferentes gerações. O promissor Jonathan Ferr tem usado a inspiração de outros ritmos, como funk e hip-hop, para fazer um jazz mais urbano e popular e foi considerado pelo jornal espanhol El País como “garoto-estandarte” do jazz carioca. Já o “mago” João Donato, um dos criadores da bossa nova, pioneiro do jazz fusion no Brasil e compositor de grandes sucessos e um dos maiores pianistas do país, chega ao festival com um show totalmente instrumental, unindo o espírito do Jazz, com muito improviso, alegria contagiante e clássicos de sua carreira. 

 “É sempre um enorme prazer pensar no line-up de um festival como o nosso, pois podemos fazer uma reunião dos mais virtuosos músicos e grande parte deles está aqui mesmo, no Brasil. Este ano valorizando ainda mais as nossas mulheres, com grandes instrumentistas brasileiras. Ao mesmo tempo trazer esses encontros inéditos em um único show, é um dos principais conceitos do festival. Dar ao público algo exclusivo, que nunca viram antes. Este ano, com tantos desafios que tivemos que enfrentar no mundo e no mercado da música, o Rio Montreux Jazz Festival será um sopro de alegria e música de qualidade, assim como uma forma de prestigiar a música nacional. É um projeto que me enche e orgulho e que este ano ganha um significado a mais”, elogia Marco Mazzola, idealizador do festival. 

 

Line-up do Rio Montreux Jazz Festival 2020

 
Dia 23 de outubro, sexta-feira. a partir das 18h 

A Cor do Som: 42 anos de Montreux Jazz Festival
Luísa Mitre Quinteto
Viva GonzagãoPipoquinha, Mestrinho e Marcos Suzano
The Sounds Of Roberto Menescal & Marcos Valle
Jazzmin’s
João Donato: Bossa, Jazz e Salsa
Macy Gray 

Dia 24 de outubro, sábado, a partir das 17h30  

Camerata Jovem do Rio de Janeiro: Uma Viagem Pelo Brasil
Som Imaginário: Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Robertinho Silva, Victor Biglione e
PianOrquestra
Hamilton de Holanda e Amaro Freitas
LUAS: Bianca Gismonti, Claudia Castelo Branco e Lan Lanh
Stanley Jordan e Diego Figueiredo
Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz
Christian Scott aTunde Adjuah 

 

 Dia 25 de outubro, domingo, a partir das 16h30  

Jaques Morelenbaum CelloSam3aTrio
Jonathan Ferr
Rio Jazz Orchestra
Anat Cohen and Friends
Sérgio Dias Jazz Mania
Toquinho e Yamandu Costa
Milton Nascimento – Os Sonhos Não Envelhecem – GuestsSing Harlem, Samuel Rosa e Maria Gadu
Funk Orquestra 

Serviço Rio Montreux Jazz Festival  
Data: 23 a 25 de outubro   
Transmissão gratuita pela internet  

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