Às vésperas do Dia Nacional do Samba, que se celebra em 2 de dezembro, a Universal Music subiu para as plataformas digitais um dos álbuns mais especiais da discografia de Zeca Pagodinho, “Samba Pras Moças”, lançado há 25 anos, ganha uma edição remixada, melhorando a qualidade sonora do trabalho. Para executar o trabalho, a Universal Music recrutou Flávio Senna, o mesmo engenheiro de som do projeto original, e Max Pierre, o mesmo diretor artístico da época.
Zeca está pouco à vontade na pandemia. Nos primeiros meses, estava se sentindo um “siri na lata” e decidiu sair do apartamento para sua casa em Xerém. Fez duas lives, que foram sucesso de público, mas admite que não está conseguindo compor nesse período. Mais um motivo para o seu público fiel relembrar o disco de 1995.
Diretor musical de Zeca Pagodinho, o violonista Paulão Sete Cordas tem boas lembranças deste álbum. “‘Samba Pras Moças é um álbum muito especial para o Zeca, pois foi a primeira vez que ele teve no estúdio o acompanhamento de naipes de cordas e metais e essa orquestração tinha muto a ver com um momento em que a gafieira estava em alta. Lembro que o Max Pierre deu todo o respaldo e recursos para o Rildo Hora, que produziu o CD. E o resultado foi o que todos sabemos: uma virada na carreira dele. A faixa ‘Samba Pras Moças’ foi um enorme sucesso, assim como outras. Músicas do Nei Lopes, da Guiomar… Tem ali ‘Requebra. Morena’, um samba belíssimo do Paulo César Pinheiro e do Mauro Duarte, que eu queria muito que o Zeca gravasse desde que mostrei a canção pra ele”, conta o músico.
“Samba Pras Moças” também marcou a estreia de Zeca Pagodinho na Universal, gravadora pela qual o artista já lançou mais de 15 discos, entre eles “Deixa a Vida Me Levar” (2002), “Zeca Pagodinho Acústico MTV” (2003) e “Água da Minha Sede” (2000). No repertório do álbum revisitado, prevalece uma característica do sambista, que é juntar compositores consagrados com nomes menos conhecidos. Assim, bambas como como Martinho da Vila, Monarco, Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Almir Guineto, Guiomar e Nei Lopes dividem espaço com Maurição, Tio Hélio, Barbeirinho do Jacarezinho e outros.
Entre as 13 faixas, sucessos retumbantes, além da faixa-título, “O Bicho Que Deu” e “Vou Botar Teu Nome na Macumba”. No encarte do álbum, assinado por Zeca, o sambista escrevia sobre a recente perda do gênio brasileiro do violão, Raphael Rabello, que havia falecido em abril do mesmo ano. Ouçam aqui a versão remixada: