A história do samba em quadrinhos

hisória do samba em quadrinhos

Dois craques pretos, um da prosa e da pesquisa e outro do traço se uniram para produzir o gibi “A história do Samba contada em quadrinhos – volume 1”. São eles Haroldo Costa e Ykenga. A publicação é destinada às crianças e apresenta o samba que, com seus mais 100 anos de história, é o gênero musical mais representativo do Brasil no exterior.

A revista está disponível para download gratuito /. Em 60 páginas é contada a história desde as origens africanas até as diferentes vertentes que o gênero criou com o passar do tempo. A história mostra personagens como as tias baianas da Praça Onze.  “Praça Onze de junho, foi referência da presença negra na cidade do Rio de Janeiro. Lá moravam as “ tias baianas “ – Tia Prisciliana, mãe do compositor, cantor e pintor João da Baiana (João Machado Guedes ), Tia Amélia, mãe do Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos ) Tia Fé (Benedita de Oliveira, criadora do Bloco Embrião, da escola de samba Estação Primeira de Mangueira e Tia Ciata (Hilária Batista de Almeida ) a mais celebre”, conta Haroldo Costa, membro imortal da Academia Brasileira de Artes, pesquisador, historiador, jornalista, ator, escritor e produtor cultural.

“Num daqueles pagodes Donga e Mauro de Almeida, jornalista, conhecido como, Peru dos Pés Frio, apresentaram uma composição chamada “Pelo Telefone“, sucesso imediato, registraram na Biblioteca Nacional sob o número 3.295 e definida como samba, saído da palavra semba – das margens do Rio Kuanza”, acrescenta o autor.

O gibi destaca os fundadores, entre eles Donga, Sinhô, João da Baiana, China, Mauro de Almeida. Passeia pela cidade do Rio de Janeiro nos anos 20 do século passado e apresenta seus personagens. Ressalta a importância de músicos como Pixinguinha e seu conjunto Oito Batutas na consolidação da música brasileira como referência e atravessa as décadas até a Bossa Nova.

“O samba começava a impor a sua presença através dos compositores que o adotaram como aliado para cantar o seu próprio cotidiano e para exaltar as belezas da cidade do Rio de Janeiro e de várias cidades brasileiras. Os botequins eram o local de encontro onde os compositores mostravam suas novidades aos outros”, acrescenta Haroldo.

Os autores mostram o papel das emissoras de rádio, como a Nacional, a Mayrink Veiga e a Tupi. Em seus programas liderados por apresentadores como Cesar de Alencar, Manoel Barcelos, Paulo Gracindo, Almirante, Cesar Ladeira, Paulo Roberto, Luiz Carvalho o samba foi difundido. Nesses espaços fizeram sucesso artistas como Ataulfo Alves, Francisco Alves, Dircinha Batista, Blecaute, Risadinha, Deo, Emilinha Borba, Herivelto Martins, Heitor dos Prazeres, Orlando Silva, Silvio Caldas, Ciro Monteiro, por exemplo.

Nessa primeira parte são apresentadas ainda as escolas de samba pioneiras. Lá estão a Estácio de Sá, a Mangueira, a Portela, o Salgueiro e o Império Serrano.

 

 

Para contar a história, Haroldo e Ykenga usam um grupo de crianças que precisa escrever um trabalho para escola e que recorre a um griô. É por meio desse personagem que as origens do samba são apresentadas. Recomendo essa leitura não apenas para o público infantil, pois um bom gibi é pra todo mundo e conhecer melhor a linda história do samba, resistente desde os primórdios, é entender melhor a nossa essência.

 

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