A volta do Beco das Garrafas dentro das normas

beco das garrafas

Depois de oito meses fechado, o Beco das Garrafas reabriu para apresentações ao vivo com capacidade reduzida e a adoção das normas sanitárias. As atrações musicais, com predominância da Bossa Nova e MPB, serão realizados de quinta a domingo. “O nosso Bottle’s Bar foi repaginado para que tenhamos momentos especiais com a melhor música do mundo mas também com toda a segurança que esses novos tempos exigem”, comemora a cantora e produtora Amanda Bravo, uma das sócias do bar que é o local onde a Bossa Nova nasceu.

Para se adequar às normas sanitárias, o espaço foi reformado e redecorado, ficando mais arejado. O cardápio também foi modificado. Segundo as normas sanitárias, nem no palco vai ter aglomeração: por enquanto apenas duplas farão as apresentações. E as mesas para o público também estarão distanciadas uma das outras. “Depois de muitas incertezas, o importante é que iremos funcionar e, a partir de agora, a ida ao Beco passa a ser uma experiência, um mergulho na Bossa Nova”, promete a produtora, referindo-se à exposição fotográfica “Bossa e Jazz”, de Cristina Granato, com imagens históricas da MPB.

Essa vai ser a terceira reinauguração desde que Amanda Bravo, Sergio e Mauricio De Martino resolveram abrir os bares. A primeira foi no réveillon de 2013 para 2014, em que uniram forças com artistas e apaixonados por música e, através de doações de dinheiro e itens diversos, conseguiram abrir o Bottle’s Bar buscando um patrocínio maior. Conseguiram.

Em meados de 2014, a cervejaria Heineken abraçou a causa e repaginou o bar, incluindo ainda o Little Club, e relançou o Beco mais uma vez ao público. Seguiu apresentando cerca de quatro shows por noite, todos os dias da semana, se tornando um ponto cultural referencia da música ao vivo na cidade. Caiu na graça dos hotéis e empresas de turismo e vinham recebendo diariamente grupos de estrangeiros que buscavam a música brasileira ao vivo, além de terem em sua intensa programação outros estilos como blues, rock, samba e choro e também projetos autorais. O Beco vinha bem até que, em abril de 2020, veio a pandemia e com ela a impossibilidade de seguirem abertos. Desde então, o Beco vem se mantendo fechado e aumentando dívidas, que são amenizadas através de vaquinhas e doações. Porém, chegou ao limite: ou abre agora ou fecha de vez.

Amanda explica que a criatividade se fez necessária na concepção do novo ambiente e programação: “O Beco das Garrafas é berço da Bossa Nova e não temos mais no Rio um espaço referencia desse gênero, que é o mais famoso da música brasileira em escala mundial. Então, buscamos parcerias para tornar a visita muito mais do que uma ida a um show de música, mas sim um mergulho no universo da Bossa Nova. As paredes da casa já falam, a energia daqui é especial, a história é intensa. Tanto há 60 anos quanto aos sete anos em que vimos escrevendo essa outra história. Temos muitos arquivos, fotos, materiais de pesquisa. Estamos abrindo com uma parte do que temos – pois não temos dinheiro para fazer mais. Mas, conforme as coisas forem andando, iremos colocando mais quadros e fotografias de artistas que passaram por aqui”, promete.

A programação musical por enquanto será de quinta a domingo. “O turismo ainda não se normalizou, as pessoas estão evitando lugares fechados e nosso palco não permite mais do que 2 músicos (pela distancia segura). Então, estamos apostando em shows mais intimistas ainda, mais fiéis ainda ao banquinho e violão da bossa.” O Beco fica na Rua Duvivier, 37, Copacabana. Acompanhe a programação da casa aqui.

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