Bethi Albano e suas joias embrulhadas

Bethi Albano - Foto: Rita Albano
Capa de Embrulha Pra Presente, de Bethi Albano
Capa de Embrulha Pra Presente, de Bethi Albano – Foto: Divulgação

 Um feliz encontro de uma professora com alguns de seus alunos. Com uma vida inteira dedicada à música, arte e educação, Bethi Albano gravou seu primeiro álbum solo, “Embrulha Pra Presente”. As canções compostas nas últimas décadas incluem baladas, sambas, valsas, baião e jazz. A caminhada foi longa e com muitos desvios de rota, por meio de projetos paralelos em parcerias com outros artistas. Nada que possa ser configurado como um atraso. Essas histórias e experiências acumuladas são exatamente o fio condutor das nove faixas deste bom trabalho de uma artista assumidamente agregadora que há cerca de dez anos abre as portas de sua casa para promover um sarau de compositores.

No repertório do disco de estreia dessa artista de 66 anos ouve-se um leque rítmico que comprova maturidade artística. Entre rabecas, acordeons, violas caipiras, quarteto de cordas ou arranjos elaborados para bandas, Bethi canta sua condição de mulher e suas miríades de sentimentos se valendo dos recortes de uma vida.

Depois de vários projetos coletivos, Bethi Albano lança seu primeiro álbum solo - Fotos: Rita Albano
Depois de vários projetos coletivos, Bethi Albano lança seu primeiro álbum solo – Fotos: Rita Albano

Gravado nos estúdios Mirada e Cria Som, com produção e direção musical de Eduardo Andrade, “Embrulha Pra Presente” apresenta uma compositora consistente com algo a dizer. E traz consigo parcerias com outras mulheres igualmente tocadas pela inspiração, tais como Suely Mesquita, Mathilda Kóvak e Marcia Zanelatto. São temas da vida, da natureza e também críticas ao machismo estrutural, com pitadas de humor e ironia. “Meu álbum escolheu esse momento de recolhimento, de reconstrução humana. Meu desejo é criar pontes com todas as pessoas que ouvirem esse trabalho, possibilitando uma reflexão bem profunda acerca de nossa presença aqui e agora. É um momento único de transição, de alinhamento. Espero que minha música toque vocês!”, convida Bethi.

A lírica “Rabo de Foguete” Bethi Albano e Suely Mesquita), o primeiro single, é uma gostosa incursão pelo “roça’n’roll”, gênero batizado pela compositora e escritora Mathilda Kóvak e consagrado no tempo da parceria de Bethi com Luhli, autora de “O Vira”, dos Secos e Molhados, com quem a carioca gravou o CD “Todo Céu pra Voar”, em 2002. A canção ganhou clipe, com direção de Bela Carpena e Rita Albano, que você vê aqui:

“Embrulha pra Presente” contou com a participação de 27 músicos, muitos deles ex-alunos de Bethi no Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), no Rio. E no álbum a artista desembrulha para o público um presente dos mais agradáveis em nove joias delicadamente embaladas para presente: “Nave Maria”, “Taioba de Enfeite”, “Jogo”, “Bala de Rima”, “Suavidade”, “Clark Kent Bruce Wayne”, “Enfim Sou”, a faixa-título e a já citada “Rabo de Foguete”. O trabalho foi gerado através do financiamento coletivo Benfeitoria e lançado pelo selo Porangareté Discos.

Bethi Albano gravou pra gente uma participação em nosso podcast Faixa a Faixa no qual comenta e conta histórias sobre cada uma das canções. Não deixe de ouvir:

 

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