Biquini Cavadão e Paralamas unidos por um Ilustre Guerreiro

Biquini Cavadão e Paralamas do Sucesso são duas bandas com histórias entrelaçadas no rock brasilis. Embora pertençam a uma mesma geração, os Paralamas apadrinharam o Biquíni, cujo nome foi sugestão de Herbert Vianna. “Ainda sem guitarrista, tivemos a participação dele na nossa primeira música (“Tédio”), que foi o passaporte para o nosso primeiro contrato com uma gravadora. Naquela época, havia um abismo entre nós. Os Paralamas já eram uma banda madura”, recorda o vocalista Bruno Gouveia que com seus companheiros Carlos Coelho (guitarra), Miguel Flores da Cunha (teclados) e Álvaro Birita (bateria) lançam “Ilustre guerreiro”, o 16º álbum da banda.
O nome é uma alusão ao significado do nome Herbert, de origem germânica. São oito regravações de canções do velho companheiro. As duas bandas dividirão o palco da Fundição Progresso neste sábado. Imperdível”

“Fazer este trabalho nasceu como o projeto de um show nosso, passeando por canções da banda e de nosso homenageado. A ideia nos perseguia há um dez anos ou mais”, comenta Bruno. “Mas a pergunta que mais fazíamos
entre nós era o que faz uma regravação ser legal”, questiona. O critério baseou-se em canções que pudessem receber
uma leitura do Biquíni e os maiores sucessos herbertianos nem foram cogitados. “Achamos melhor fazer um álbum de lados B, com algumas canções que nem foram gravadas pelos Paralamas, como “Se eu não te amasse tanto assim” – hit na voz de Ivete Sangalo, que ganhou uma pegada rock – ou “Só pra te mostrar”, gravada por Daniela Mercury e que recebeu um arranjo introspectivo.

Entre as canções dos Paralamas, “Ska” foi vertida para a surf music e “Vital e sua moto” virou um reggae bem raiz. “Mensagem de amor, “O amor não sabe esperar”, “Cuide bem de seu amor” e “Aonde quer que eu vá” completam o álbum, que teve a produção de Liminha. “Ele mergulha em cada canção, tocando baixo, violão, guitarra, numa constatação nossa de que ele também ali queria prestar esta homenagem”, conta.

Bruno admite que arranjar algumas canções foi um quebra-cabeças para os biquínis. “Aonde que quer eu vá”, por
exemplo, tinha algo que não encaixava. A versão definitiva saiu aos 45 do segundo tempo. O vocalista não sabe dizer se Herbert ouviu as canções rearranjadas. “Não tenho cara de ligar para ele para perguntar essas coisas”, desconversa. “Mas o Liminha mostrou o CD para o (João) Barone, que ficou chapado com as versões”, completa. Ouça, abaixo, as oito canções de “Ilustre Guerreiro”.

Turnê a caminho

Com o disco pronto, o Biquini prepara-se para entrar em turnê com o projeto ao longo do ano. “Mal podemos esperar pelo que virá. Fica a nossa gratidão a quem sempre fez lindas canções e que, com sua garra e luz, fez mais do que jus a seu próprio nome”, celebra Bruno.

Além da participação em “Tédio”, Herbert acumula outras parcerias com a banda: solou em “Inseguro de vida”, do primeiro LP “Cidades em torrente” (1986); cantou em “Cai água, cai barraco”, de “Descivilização” (1991); e deu aos amigos uma inédita para gravar: “Pra terminar”, que se tornaria sucesso na voz de Ana Carolina, no CD “Escuta aqui” (2000). “Em determinados momentos da banda, era comum perguntarmos o que fazer, o que eles fariam se estivessem em nosso lugar? Herbert, Bi e Barone sempre serviram como um Norte para a nossa bússola”, diz.

Ouça aqui, em duas partes, a participação de Bruno Gouvêa no podcast Faixa a Faixa comentando o álbum ao vivom com registro das apresentações na turnê de Ilustre Guerreiro:

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