Choro é celebrado com coletânea reunindo nata da cena instrumental

Capa do álbum ‘150 Anos de Música Viva’

A data correta é imprecisa, mas a maioria dos pesquisadores indica que foi a partir da década de 1870 que músicos brasileiros começaram a, de forma improvisada, acelerar o andamento de ritmos populares nos salões cariocas: a polca, a valsa e a mazurca. Desta forma, entramos no ciclo de comemoração dos 150 anos do choro, um dos mais complexos estilos da música brasileira. Para não deixar a efeméride em branco, a Sony Music escalou dois músicos e pesquisadores do gênero para produzir um tributo de excelência que reunisse a nata da música instrumental brasileira.

Sob a batuta de Henrique Cazes e Carlos Alberto Sion, o álbum “Choro 150 Anos”, disponível em todas as plataformas digitais, resume essa trajetória, que a dupla divide em quatro fases distintas.

“A apropriação das danças europeias (polca, valsa, etc.) trouxe um sotaque, uma brasilidade, temperada com uma base rítmica de origem africana. Em pouco tempo esse estilo passou a inspirar compositores de grande talento como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, dando origem a um repertório 100% brasileiro”, destaca Sion. “Esse repertório, por sua vez, se espalha e se populariza através das das rodas de choro, uma prática musical que une memorização e improviso”, completa.

Henrique Cazes - Fotos: Divulgação
Henrique Cazes – Fotos: Divulgação
Maria Teresa Madeira e Andrea Ernst Dias
Maria Teresa Madeira e Andrea Ernst Dias

Das rodas de choro surge o grande instrumentista, Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha (1897-1973). Considerado o gênio do choro, o saxofonista e flautista carioca deu forma ao gênero, que jamais parou de se diversificar, assimilando influências da música de concerto e do jazz e influenciando diretamente gênios como Heitor Villa-Lobos e Tom Jobim.

Leo Gandelman
João Camarero
João Camarero

Não é à toa que Cazes e Sion conseguiram levar para o projeto músicos da relevância de Silvério Pontes (trompete), Rogério Caetano (violão de 7 Cordas), Maria Teresa Madeira (piano), Leonardo Miranda (flauta), Everson Moraes (oficleide), João Camarero (violão de 7 Cordas), Everson Moraes (trombone), Beto Cazes (pandeiro), Yamandú Costa (violão de 7 cordas), Zé Paulo Becker (violão), Andrea Ernest Dias (flauta), Guto Wirtti (contrabaixo), Marcos Nimirichter (acordeom), Ronaldo do Bandolim (bandolim), Dudu Oliveira (flauta), Netinho Albuquerque (pandeiro), Leo Gandelman (saxofone), Daniela Spielmann (saxofone), Tiago Souza (bandolim), além do próprio Henrique Cazes (violão e cavaquinho).

Silvério Pontes e Daniela Spielman
Silvério Pontes e Daniela Spielmann
Ronaldo do Bandolim
Ronaldo do Bandolim

No repertório, temas necessários para a compreensão do choro como gênero musical através dos tempos como “Noites Cariocas” (Jacob do Bandolim-Hermínio Bello de Carvalho), “Fon-fon” (Ernesto Nazareth), “Atraente” (Chiquinha Gonzaga), “Matuto” (Ernesto Nazareth), “Graúna” (João Pernambuco), “Sofres Porque Queres” (Pixinguinha-Benedito Lacerda), “Desprezado” (Pixinguinha), “Lamentos” (Pixinguinha), “O Bom Filho À Casa Torna” (Bonfiglio De Oliveira), “Valsa Triste” (Radamés Gnattali), “Quanto Dói Uma Saudade” (Garoto), “Vibrações” (Jacob Do Bandolim), “Chorinho Pra Você” (Severino Araújo), “Ternura” (K-Ximbinho), “Vê Se Gostas” (Waldir Azevedo-Otaviano Pitanga), “Tarde De Chuva” (Paulo Moura) e “Chorinho Em Cochabamba” (Eduardo Neves-Rogério Caetano).

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