Em seus 40 anos, Blitz recebe Fernanda Abreu

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E a Blitz, uma das bandas mais solares e joviais do rock brasilis, quem diria, está completando 40 anos de trajetória. Para celebrar a efeméride, o palco teria que obviamente o do Circo Voador, onde tudo começou, quando a casa de shows ainda era no Arpoador. Por sinal, quando o Circo Voador pousou na Lapa, a Blitz também inaugurou aquele espaço. E a celebração contará com a participação especialíssima de Fernanda Abreu, que fez parta da primeira formação do grupo que estourou nas paradas de todo país com o super hit “Você Não Soube Me Amar”.

Pois então: a Blitz e a garota carioca suinge sangue bom sobem ao palco do Circo neste sábado, a partir das 22h. O Circo vai voltar no tempo e ferver com a mistura de rock, pop, funk, reggae, samba e blues da banda liderada por Evandro Mesquita.

Fernanda Abreu
Fernanda Abreu – Foto: Divulgação

Quarenta anos também completa o Circo Voador, um dos espaços musicais mais democráticos da cidade, uma autêntica plataforma de lançamentos de artistas e grupos que entraram para a história de nossa música. Foi naquele que a lona foi esticada sobre o Arpoador. Nascia um espaço multicultural e inclusivo e neste mesmo contexto carioca-libertário-praiano a Blitz dava as caras.

Em julho daquele ano a banda gravou o compacto de “Você Não Soube Me Amar”. Em menos de três meses a bolachinha havia vendido 100 mil cópias e viria a atingir a incrível marca de 1 milhão de cópias vendidas – tudo isso num ano em que a indústria fonográfica enfrentava grave crise. O sucesso imediato levou a banda para dentro do estúdio para lançar o primeiro LP “As Aventuras da Blitz”, também de 1982, e com cifras mais impressionantes que o compacto dando ao público novos sucessos como “A Dois Passos do Paraíso”, “Mais Uma de Amor (Geme Geme)” Vai Vai Love” e “Volta ao Mundo”.

Mesmo estando em 1982, a já no agonizante fim da ditadura militar, o álbum da Blitz teve duas faixas vetadas pela censura: “Ela Quer Morar Comigo na Lua” e “Cruel, Cruel Esquizofrenético Blues”. Como o disco já estava prensado e pronto para ir às lojas, a solução encontrada pela EMI e banda foi inutilizar a master do disco com pregos.

A proibição de execução das faixas despertou ainda maior interesse no álbum. Naquela época a Blitz era formada por Evandro (vocal, violão e guitarra), Fernanda Abreu e Márcia Bulcão (vocais), Ricardo Barreto (guitarra), Antônio Pedro Fortuna (baixo), Billy Forghieri (teclados) e Lobão (bateria), que foi substituído por Juba logo após o lançamento do primeiro álbum.

Musicalmente e em cena, a Blitz era inclassificável. Com sua origem no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, o grupo ganha capas de revistas importantes, está por toda parte. Evandro & Cia arrombaram as portas do Rock Brasil e a MPB nunca mais seria a mesma. O sucesso da banda mudou o panorama das rádios e das gravadoras do Brasil, abrindo as portas para o novo, a irreverência e a liberdade criativa.

A Blitz, em show de 1982, no palco do Circo Voador, que ainda funcionava no Arpoador - Foto: Reprodução
A Blitz, em show de 1982, no palco do Circo Voador, que ainda funcionava no Arpoador – Foto: Reprodução

Mas nem só das performances no Circo Voador vivia a banda, que fez grandes shows em ginásios e estádios, tomou de assalto espaços tradicionais como o extinto Canecão, onde batia seguidos recordes de público com sua fiel audiência. A juventude do Rio se via no palco representada pela alegria contagiante da Blitz.

Duas dessas grandes apresentações são dignas de registro: na primeira Rock In Rio, em janeiro de 1985, e na Praça da Apoteose, em 1984, quando foi o primeiro grupo a se apresentar no templo sagrado do Carnaval para mais de 50 mil pessoas.

A formação atual da Blitz tem os remanescentes Evandro, Billy e Juba (bateria), além de Rogério Meanda (guitarra), Cláudia Niemeyer (baixo), Andréa Coutinho (backing vocal) e Nicole Cyrne (backing vocal).

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