Por Paulo Roberto Andel
Quarenta anos depois de sua morte, John Lennon continua vivo demais. Seu legado de uma década como artista solo é tocado e conhecido no mundo inteiro. E, claro, os Beatles são uma onipresença no imaginário popular do planeta.
Onde estaria John Lennon hoje aos 80 anos? E o que teria feito nos últimos 40 anos? É uma divagação de difícil precisão, mas palpites não faltariam. Em tempos de ódio e cada vez mais violência, imagina-se a voz de John na contramão do senso comum. Por outro lado, a perseguição macartista que sofreu nos anos 1970 seria muito mais denunciada e conhecida.
É de se imaginar uma live de Lennon para 100 milhões de seguidores no Facebook. Singles, EPs.
E os Beatles, hein? Mesmo que fosse o reencontro por um dia, por meia hora, como no caso do Pink Floyd durante o Live 8 em 2005. Já pensou?
O fato é que o mundo avançou demais sob o ponto de vista tecnológico desde 1980, e isso seria um grande trunfo de Lennon em todos os sentidos.
E as parcerias possíveis? Se Paul fez uma aliança com Michael Jackson, imagine Lennon e Prince, ou os dois com Miles Davis, ou ainda Lennon com a geração hip hop? Todos os sonhos são possíveis. Mas o mais provável é que ele estivesse na mesma sacada de outro gigante mundial, Bob Dylan, ainda ativo, compondo, fazendo shows e dando as cartas na cultura pop mundial – ok, Dylan fala pouco e fica reservado; Lennon certamente teria muito mais expressão midiática.
No fim, as constatações são evidentes: John Lennon morreu cedo demais, deixou uma obra que ainda repercutirá pelas décadas a seguir, foi um dos grandes personagens do século XX e faz muita falta no XXI. De alguma forma o sonho não acabou, por mais que a realidade seja tão áspera.