Num tempo de lives grandiosas com patrocínios milionários nem todos os bons projetos conseguem sair do papel. Que o diga o cantor e produtor Didu Nogueira, que se viu obrigado a cancelar a live de lançamento do CD comemorativo dos 40 anos do Clube do Samba, celebrados no ano passado, que seria realizada na Cidade das Artes em setembro.
“Estávamos com tudo bem encaminhado para fazer essa apresentação na Cidade das Artes, com poucos convidados. Mas a empresa com a qual estávamos negociando o patrocínio me informou que não teria como apoiar o projeto”, conta Didu, sobrinho de João Nogueira, o criador do Clube do Samba que nasceu em sua casa, no Méier, em 1979, reunindo a nata do gênero.
O álbum reúne 14 sambas compostos nos anos 1980 e 1990 e que traçam um panorama da história brasileira naquela período. Afinal, o Clube do Samba era uma iniciativa que não apenas resgatava e revitalizava o gênero, mas era também um espaço de resistência política numa época em que o Brasil lutava pela redemocratização.
Participaram da gravação artistas com grande identificação com João Nogueira, que nos deixou há 20 anos: Giza e Diogo Nogueira (irmã e filho do sambista), Jorge Simas (violonista e diretor musical dos shows de João), Paulo César Feital (parceiro), Paulo César Pinheiro (outro parceiro), Mestre Birinha (filho de Padeirinho, grande compositor mangueirense), Mart’Nália (filha de Martinho da Vila), Alex Ribeiro (filho de Roberto Ribeiro), Marquinhos e Eliane Duarte (filhos de Mauro Duarte) e o ex-jogador Júnior.
“Além das faixas produzidas para o álbum, encontrei uma relíquia no acervo do João: um samba que gravei com ele e nunca lançado chamado ‘Quanto Vale a Vale’ sobre toda aquela polêmica da privatização da estatal. Colocamos essa faixa para encerrar o disco”, comenta Didu, acrescentando que o álbum “40 Anos do Clube do Samba” já encontra-se disponível nas plataformas digitais de streaming. Você pode ouvir com a gente aqui:
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