Martinho da Vila celebra ancestralidade com Mahmundi, BK e Léo Santana

Artistas negros da nova geração, Léo Santana, Mahmundi e BK se uniram a Martinho da Vila num encontro inédito. E dessa reunião de pop, MPB, rap e samba fez-se reverência à diversidade da cultura negra  no videoclipe “Celebrando as Origens”, dirigido por Matheus Senra,  que foi lançado nesta sexta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra no canal de YouTube de BK.

A canção, produzida por Mahmundi e escrita por ela em parceria com BK, exalta a força, a beleza, a autenticidade e a resiliência do povo preto, como dizem os versos “Celebrando as origens de tudo / Hoje é dia de brindar / Nossa  história, meu futuro / No presente pra vivenciar / Sei que nada pode apagar / Nosso sonho no mundo / É batuque / É barulho / Povo preto / É orgulho / E fé”.

O encontro desse improvável quarteto abre a plataforma True Music by Ballantine´s, que tem como objetivo ressaltar, através da música, a importância da autenticidade. Nesse projeto específico a ideia é promover um encontro de quatro artistas autênticos, de diferentes gêneros musicais, que se mantêm fiéis às suas origens e referenciam grandes ícones da cultura negra, mantendo e reverberando a suas respectivas essências e verdades próprias, assim como dizem os versos de BK na letra: “apesar de tudo que eles falam, continuo verdadeiro / apesar de todas armadilhas no caminho eu tô inteiro”.

O projeto contará ainda com um minidocumentário, apresentado em quatro episódios, no qual Mahmundi, Martinho da Vila, BK e Léo Santana relatam sobre suas origens, referências e conquistas e como mantém identidade e autenticidade da sua arte até hoje. “Eu sou uma mina que não era pra estar aqui, nesse tempo, fazendo essa campanha massa, com artistas que admiro muito. Dirigir o Martinho da Vila em estúdio, dirigir o Léo Santana online, falar com o BK, que é um parceiro da mesma geração, é colocar todo mundo junto numa música que faça sentido. Eu tô muito feliz com esse projeto. Adorei trabalhar com esses talentos; sou muito apaixonada por eles. E ser autêntica para mim é isso, é se ouvir, não esquecer de quem você é e lembrar todos os dias de quem você pode ser”, celebra Mahmundi, que cada vez mais vem executando projetos como produtora em sua gravadora, a Universal. 

E Martinho da Vila, do alto de uma vida dedicada à arte, lembra suas origens e exalta o poder da música em transformar a história: “Minha origem, obviamente, do lado negro, é africana. Os meus antepassados vieram e eu fui lá. Eles foram trazidos e eu fui voluntariamente. Cheguei à conclusão que é o lugar da essência do meu trabalho. A música tem um poder inovador e todas as transformações que aconteceram no mundo a música caminhava junto. Músicas são usadas para alavancar as transformações; elas têm o poder de transformar, agregar puxar, interagir, porque ela entra por nossos poros, pelos nossos ouvidos”, diz o veterano sambista, que também comentou sobre o encontro com os três jovens talentos: “Gosto muito de interagir com o novo. Esses três também me enriqueceram. Eles cresceram me ouvindo e eu começo a ouvir uma coisa que eles criaram diferente. Eles são a continuidade”, afirmou o veterano sambista. Esta não é a primeira vez que Martinho se encontra musicalmente com um rapper. Em agosto, gravou o single ‘Era de Aquarius’ com o mineiro Djonga. 

“Não tenho como falar sobre as minhas origens e referências sem citar a minha mãe, Dona Ana Gomes. Não só falando de escola, de caráter – é óbvio –, mas todo esse ‘rolé’ de se entender como um homem preto na sociedade. Eu nasci dentro disso, a minha mãe ia para o encontro de mulheres pretas, quando ela estava grávida de mim já fazia parte. Satisfação de estar ‘trampando’ com Mahmundi, Martinho da Vila e Léo Santana. É tipo subir de cargo, tá ligado? E para mim ser autêntico é sobre isso, mostrar você,  sua personalidade, sua essência mas sem esquecer sua essência, sua família. Mostrar quem você é no sentido da palavra”, destaca BK, o mais jovem do quarteto.

E Léo Santana falou sobre a importância da música e de novas possibilidades que ainda devem ser desbravadas. “A gente precisa ter mais esse espaço para as pessoas periféricas, pretos mais especificamente. Mas estamos crescendo e temos muito a evoluir. Eu acho que a música contribui muito para isso. Resumindo: a música revigora, move montanhas, salva vidas”.

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