O melhor (e o nem tanto) do pop infantil

pop infantil

Ricardo Schott*
Especial para o Na Caixa de CD

 

“Arca de Noé ” (1980) é um puta disco. A trilha de “Sítio do Pica-Pau Amarelo” (1977) também. Mas não há nada deles aqui, porque de modo geral, eles são álbuns que trazem a fina flor da MPB fazendo música infantil. “A Lua”, hit do MPB 4, é pop pra burro – mas também ficou de fora. Na lista abaixo, em comemoração ao Dia da Criança, 40 hits e não-hits dos tempos em que fãs dos Beatles, gente ligada em novidades pop, em rock dos anos 50/60/70/80, cantores mirins, astros da TV, etc, dominaram as paradas fazendo som para a criançada e para os pré-adolescentes. Curte aí. Leia e ouça.

1- “FUNGA FUNGA” – TRIO SONECA (em “Vila Sésamo”. Som Livre, 1974)

Convidados para fazer a trilha do programa infantil Vila Sésamo, Marcos Valle e o irmão letrista Paulo Sergio Valle tiveram reuniões com vários psicólogos e pedagogos. “A ideia era que o disco tivesse uma mensagem como: ‘Acredite em você, você pode derrubar a ditadura!'”, contou. Depois, trancou-se num estúdio caseiro com alguns músicos (o baixista Novelli entre eles). E de lá saiu com várias músicas que pouco lembravam seu passado na bossa nova – a inspiração parecia vir dos Beatles e do soul, em músicas como essa.

2 – “A LENDA DA CONCHINHA” – VELUDO AZUL (“O Mundo é da Criança, Som Livre, 1977)

Sucesso entre pais e filhos no fim dos anos 70 (até por vir com um pôster cheio de desenhos de animais), esse disco gravado por um grupo de proveta da Som Livre tinha “O Pato” (hit de João Gilberto) em versão samba-rock, “Papai Walt Disney” (hit infantil do Grupo Farroupilha) em tons psicodélicos e, fechando, a alegre releitura desse sucesso de Celly Campello.

3 – “NÃO EMPURRE, NÃO FORCE” – A PATOTINHA (“Ao Sucesso com a Patotinha”, RCA, 1980)

No quarto álbum, o grupo infantil de proveta vinha com alguns sucessos infantis misturados com versões de disco music e até alguns hits adultos regravados (coisas como “Abri a Porta”, de A Cor do Som, e “Menino do Rio”, de Caetano Veloso). A versão de “Don’t Push, Don’t Force It”, de Leon Haywood, vinha com o subtítulo “Melô dos Patins” e versos formidáveis como “estamos de patins/se você nos empurra/acho que vamos cair”.

 

4 – “RAIMUNDO QUER VOAR” – DANIEL AZULAY (“Turma do Lambe-Lambe”, CBS, 1980)

Bem antes de começar a compor com Ronaldo Bastos, o cantor, compositor e guitarrista Celso Fonseca ajudou a dar cara soul-pop ao primeiro álbum do desenhista Azulay feito para o programa Turma do Lambe Lambe (Rede Bandeirantes).

5 – “O ELEFANTE” – ROBERTINHO DE RECIFE (“Satisfação”, Philips, 1981)

Em shows do projeto metaleiro Metal Mania e do neoclássico-rocker Rapsódia Rock, o herói da guitarra pernambucano precisava aturar um monte de gente na plateia berrando “toca ‘O Elefante!”. Perdido num dos álbuns mais roqueiros do músico, esse tema infantil com corinho de crianças marcou época.

6 – “MEU BUMERANGUE NÃO QUER MAIS VOLTAR” – ERASMO CARLOS (“Amar Pra Viver ou Morrer de Amor”, Polydor, 1982).

Animado com a vida em família, Erasmo Carlos já havia conquistado o público infantil com a animada “Pega na Mentira”, em em 1981. “Meu bumerangue…” foi logo adotada pelas crianças e até regravada pela Xuxa no disco “Xuxa e Seus Amigos”, de 1985. O sucesso com a molecada fez Erasmo ser convidado para o filme “O Cavalinho Azul” (1984), baseado em peça de Maria Clara Machado.

 

7 – “BRINCADEIRAS DE CRIANÇA” – BOZO (“Bozo”, RCA, 1982)

Que John Lennon revire-se na tumba e Paul McCartney chame os advogados: o Bozo (sim, o próprio) gravou uma versão de “Ob-la-di, Ob-la-da”, dos Beatles, em seu primeiro álbum…

8 – “NARIZINHO” – BOZO (“Bozo”, RCA, 1982)</strong> … e, mais pop que isso impossível: gravou uma marchinha de carnaval que tem o “patrão” Silvio Santos como um dos autores. “Narizinho” observa que “criança que gosta do Bozo é muito feliz / criança que gosta do Bozo sabe onde tem o nariz” (sic).

9 – “O INCRÍVEL HULK” – JUNINHO BILL (“Festival Internacional da Criança”, RCA, 1983)

Você não deve lembrar, mas Juninho, depois um dos integrantes do Trem da Alegria, começou sua carreira com essa música, no álbum do festival criado pelo SBT – e que também lançou as carreiras, em separado, de Patricia Marx (então conhecida como Patricia Marques) e Luciano. O disco vendeu bem e algumas músicas pegaram mais do que praga de piolho em jardim de infância.

10 – “ROCK DA LANCHONETE” – LUCIANO DI FRANCO (“Festival Internacional da Criança”, RCA, 1983)

Parece que seu toca-discos está com a rotação acelerada, mas é só o então petiz Luciano, futuro Trem da Alegria, fazendo sua estreia em disco no mesmo festival que lançou Juninho Bill.

11 – “LINDO BALÃO AZUL” – MORAES MOREIRA, BABY CONSUELO, BEBEL GILBERTO, RICARDO GRAÇA MELLO (“Pirlimpimpim”, Som Livre, 1983).

Meio sumido do circo pop havia alguns anos (“minha crise do segundo disco foi a do segundo, do terceiro e do quarto”, disse), Guilherme Arantes voltava como compositor de música infantil, graças a esse hit…

12 – “BRINCAR DE VIVER” – MARIA BETHÂNIA (“Plunct Plact Zuuum<“, Som Livre, 1983)

… e a esse, com letra escrita por Guilherme em cima de um tema musical do jazzista britânico Jon Lucien, e que encerrava um dos principais especiais infantis da Globo dos anos 80.

13 – “O CARIMBADOR MALUCO” – RAUL SEIXAS (“Plunct Plact Zuuum<“, Som Livre, 1983)

Após dois anos tentando, Kika Seixas, então esposa de Raul, conseguiu reposicioná-lo no mercado, com um disco pela Eldorado (“Raul Seixas”, do mesmo ano) e uma participação de peso em Plunct cantando o tema de abertura. A inspiração da letra veio de um texto do anarquista francês Pierre-Jouseph Proudhon (que falava em “ser governado é: ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, depositado, doutrinado, instituído, controlado, avaliado, apreciado, censurado, comandado por outros que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude”).

14 – “SUPERFANTÁSTICO” – TURMA DO BALÃO MÁGICO E DJAVAN (“Turma do Balão Mágico”, CBS, 1983)

Composta inicialmente para Roberto Carlos gravar com a Turma (o primeiro verso deveria ter sido “Roberto Carlos amigo / que bom estar contigo/em nosso balão”), acabou nas vozes dos meninos Tobi, Mike e Simony, e na de Djavan. E virou um dos maiores hits do grupo infantil, inclusive graças ao arranjo de cordas feito pelo mago dos estúdios Lincoln Olivetti.

 

15 – “É DE CHOCOLATE” – ROBERTINHO DE RECIFE, PATRICIA, LUCIANO E EMILINHA (“Clube da Criança”, RCA, 1984)

O sucesso com “O Elefante” credenciou Robertinho e sua guitarra para mais serviços no mercado da música infantil. Esse hit da dupla Michael Sullivan e Paulo Massadas pôs em clipe no Fantástico (e no programa de Xuxa na Manchete, Clube da Criança). Patricia Marx e Luciano Nassyn entrariam no grupo Trem da Alegria um ano depois.

16 – “VAMOS A LA PLAYA” – BOM BOM (“Bom Bom”, Epic/CBS, 1984)

Hoje multi-instrumentista, produtor e professor de música, Sandro Haick, filho de Netinho (Incríveis, Casa das Máquinas) começou aos 12 anos tocando bateria nesse grupo, que fez sucesso com essa versão em português do duo italiano Righeira. O repertório do primeiro disco trazia de Leo Jaime a letras feitas pelo versionista oficial da Turma do Balão Mágico, Edgard Poças. Ninguém percebeu mas, apesar do alto astral da versão, o original de “Vamos a La Playa” falava dos resultados altamente tóxicos de uma guerra nuclear.

 

17 – “XIXI NAS ESTRELAS” – GUILHERME ARANTES (“Pirlimpimpim”, Som Livre, 1984)

Quando um conhecido compositor de música pop precisa fazer um disco infantil bacana, que marque época e venda discos, o que ele faz? Bom, a primeira providência de Guilherme Arantes ao ser convidado para escrever “Pirlimpimpim ” foi chamar Julio Barroso, da Gang 90, e o poeta Paulo Lemisnki para dividir as parcerias. O resultado foi uma verdadeira pérola maldita da música infantil oitentista. O hit do álbum, composto com Leminski, foi esse aí.

 

18 – “É TÃO LINDO” – TURMA DO BALÃO MÁGICO E ROBERTO CARLOS (“Turma do Balão Mágico”, CBS, 1984)

Pronto: o Rei finalmente topou participar de uma gravação da Turma – na versão de “It`s Not Easy”, do filme da Disney “Meu Amigo Dragão”, de 1977.

19 – “SE ENAMORA” – TURMA DO BALÃO MÁGICO (“Turma do Balão Mágico”, CBS, 1984)

Versionista de quase todo o repertório da Turma, Edgard Poças conseguiu realmente – e de forma assombrosa – entender o que se passava na cabeça de uma criança dos anos 80 que vivia as agonias de um amor platônico de escola. A música ainda faz muito marmanjo chorar.

 

20 – “AGULHA NO PALHEIRO” – LUIZ MELODIA (“A Turma do Pererê”,  Som Livre, 1984)

O especial infantil de Ziraldo, quando levado à tela da TV, trouxe a MPB de Gal Costa (na bela “Grande Final”, de Moraes Moreira), o sertanejo de Sergio Reis (em “Canção dos Caçadores”), um pop infantil que nem parece mas é de Raul Seixas (“Canção do Vento”) e o tom black Rio da canção de Luiz Melodia, que fala da ida do índio Tininim para a cidade grande.

21 – “A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ADÃO E EVA” – BLITZ (“Plunct Plact Zuuum II”, Som Livre, 1984)

A segunda parte do especial infantil falava, em sua maior parte, sobre vivências de pais separados e filhos alijados do próprio lar. Por algum motivo que não lembro mais qual é, o programa começava com essa música da Blitz que não havia sido incluída em disco nenhum do grupo e contava a história da criação do mundo com uma letra cheia de duplos e triplos sentidos (“Adão segura sua cobra/que eu tô com maçã de sobra pra dar”, cantavam as vocalistas). Até no Rock In Rio rolou.

22 – “PAPAI SABE TUDO” – ERASMO CARLOS (“Plunct Plact Zuuum II”, Som Livre, 1984)

Em alta com o público infantil e prestes a se tornar ele mesmo um pai separado, Erasmo falava sobre o drama do pai que cuidava da vida, da carreira e dos filhos pequenos, tudo ao mesmo tempo, nessa canção de Leo Jaime e Leandro (ex-João Penca e seus Miquinhos Amestrados).

23 – “SUBPRODUTO DE ROCK (GERAÇÃO DO ROCK)” – BARÃO VERMELHO (“Plunct plact zuuum II”, Som Livre, 1984)

O clássico infantil do Barão com Cazuza se tornou popular a ponto de ser executado pela banda em seu show no Rock In Rio I, em 1984 – com um nada infantil “foda-se” anexado na letra.

24 – “MEU URSINHO BLAU BLAU” – ABSYNTHO (“Absyntho”, RCA, 1984)

Er… um estranho encontro entre música infantil + rock brasileiro dos anos 80 + glam rock + psicodelia (era uma banda com repertório infantil que adotou como nome uma bebida alcoólica – quer coisa mais psicodélica que isso?). Marcou época e é até hoje executada em festas Ploc. O vocalista Sylvinho, você deve saber, deve seu atual nome artístico (Sylvinho Blau Blau) ao hit.

25 – “PLANETA MORTO” – TITÃS (“A Era dos Halley, Som Livre, 1985)

A Globo pegou carona na cauda do cometa (ai) Halley, que seria avistado do Planeta Terra em 1986. E bolou esse especial, com participações de nomes como Barão Vermelho (em sua primeira aparição sem Cazuza, com “Torre de Babel”), o ex-mutante Sergio Dias (“Anos Luz de Amor”), Baby Consuelo (a radiofônica “Que Delícia”) e os Titãs a poucos meses de “Cabeça Dinossauro” com “Planeta Morto”, que não apareceria em nenhum disco da banda.

26 – “O SENHOR DA GUERRA” – LEGIÃO URBANA (“A Era dos Halley”, Som Livre, 1985)

A Legião também participou do mesmo especial, com uma música que parece um outtake do primeiro disco. “O Senhor da Guerra” ficou de fora da discografia do grupo – apenas em “Música para Acampamentos” (1991) surgiria uma versão gravada ao vivo e com o nome mudado para “A Canção do Senhor da Guerra”. Durante as gravações do vídeo, segundo o guitarrista Dado Villa-Lobos, a banda se assustou bastante com o estilo mandão do diretor Augusto Cesar Vanucci e odiou o figurino (no qual nem apitaram).

27 – “EU NÃO RANGO” – ULTRAJE A RIGOR (“Os Trapalhões no Rabo do Cometa”, WEA, 1986)

Brigados, os Trapalhões toparam fazer um filme em parceria com a Mauricio de Sousa Produções, em que boa parte do trabalho seria feita em desenho animado. Na trilha, vigorava o rock nacional, com músicas inéditas de Premeditando o Breque (“O Bruxo e o Passarinho”), Ira! (“1914”) e uma versão especial de “Eu me amo” (Ultraje A Rigor) com o nome modificado para “Eu Não Rango” – por causa de uma cena em que um Didi pré-histórico saía buscando comida, sem sucesso, no tempo das cavernas.

28 – “HE-MAN” – TREM DA ALEGRIA (“Trem da Alegria”, RCA, 1986)

Michael Sullivan e Paulo Massadas, autores da música, lançaram de vez seus tentáculos para cima do público pop infantil com essa canção, um estranho e feliz encontro entre metal farofa e trilhas de seriados japoneses. “Das músicas que fiz, é uma das que mais gosto”, chegou a afirmar Sullivan. A gravação envolveu uma trabalheira brutal que incluiu o uso de uma orquestra de cordas apesar para dar uma “sombra” na música – coberta depois com uma camada de sintetizadores.

29 – “FERA NENÉM” – TREM DA ALEGRIA E EVANDRO MESQUITA (“Trem da Alegria, RCA, 1986)

Mais do pop rock nacional na farra da música infantil dos 80: o ex-O Terço Vinicius Cantuária e o ex-Blitz Evandro Mesquita compuseram essa, cantada por Juninho Bill e que, bem, chocou algumas pessoas por causa dos versos “brinco de médico, ninguém é de ferro” e “acordo feliz quando sonho com a Xuxa”. Ora, vejam só…

30 – “TE CUIDA MEU BEM” – PATRICIA (“Patricia”, RCA, 1986)

Antes, bem antes de descobrir o pop adulto e a música eletrônica, Patricia Marx fazia um raro pop mix “adolescente-adulto”, influenciado por jovem guarda, soul e bossa nova. A fofa “Te Cuida Meu Bem”, de Michel Sullivan e Paulo Massadas, foi regravada em ritmo de funk recentemente por MC Marcinho com outra letra e nome modificado para “Garota Nota 100”.

31 – “MIRAGEM VIAGEM” – XUXA (“Xou da Xuxa”, Som Livre, 1986)

Um dos letristas oficiais do Clube da Esquina, responsável pela produção de vários discos de Milton Nascimento, Ronaldo Bastos verteu para o português “Black Orchid”, de Stevie Wonder – da trilha do documentário “The Secret Life of Plants”, de 1979.

32 – “SHE-RA” – XUXA (“Xou da Xuxa”, Som Livre, 1986)

Joe Euthanazia, parceiro de Neusinha Brizola em Mintchura (e que teve sucessos solo como “Me Leva Pra Casa”) e Tavinho Paes, parceiro de Lobão (em “Rádio Blá”) e Arnaldo Brandão (“Totalmente Demais”, do Hanoi Hanoi, e na própria “Rádio Blá”), inacreditavelmente, compuseram um dos maiores pop hits da Rainha dos Baixinhos. Segundo Tavinho, a música não foi uma encomenda: inicialmente era uma bossa nova feita para sua filha, Dianna. Por causa dessa música, Joe e Tavinho ganharam US$ 15 mil e foram imediatamente para Nova York gastar o dinheiro.

33 – “AS CRIANÇAS E OS ANIMAIS” – ABELHUDOS (“Patrulha do Coração”, EMI, 1987)

Formado por dois filhos de Renato Corrêa, dos Golden Boys, esse grupo soava como uma Turma do Balão Mágico mais “crescida” (os integrantes tocavam instrumentos de verdade), pop pré-adolescente e, graças à influência paterna, mais pós-jovemguardista. Isso tocou muito em rádio.

34 – “CORAÇÃO DE PAPELÃO” – JAIRZINHO E SIMONY (“Jairzinho e Simony”, CBS, 1987)

A versão para “Puppy Love”, de Paul Anka, foi feita por (adivinhe quem?) Edgard Poças. Fez sucesso estrondoso e reabilitou por uns tempos a carreira dos dois ex-A Turma do Balão Mágico. O único disco da dupla tinha ainda participações de Gal Costa (em “Oi Mundo”), Tim Maia (“A Voz do Trovão”), a ex-cantora do Metrô, Virginie (numa versão de “O Vira”, do Secos & Molhados) e muitas músicas feitas por Paul Mounsey, um compositor escocês que vivia no Brasil na época e hoje se dedica a trilhas de cinema em Los Angeles.

35 – “PRA VER SE COLA” – TREM DA ALEGRIA (“Trem da Alegria”, RCA, 1988)

Marcou as infâncias de muita gente que acabou de passar dos trinta – inclusive a de Marcelo Camelo, que chegou a cantar a música com o Los Hermanos num Luau MTV do grupo.

36 – “DIA DE PARAÍSO” – ABELHUDOS (“Dia de Paraíso, EMI, 1988)

Boa parte do material do terceiro disco dos Abelhudos foi composto por vários autores ao lado do letrista Claudio Rabello – aquele mesmo, de “Muito Estranho”, de Dalto. Essa, de Rabello e Erich Bulling, levou o trio pop infantil para apresentações no Cassino do Chacrinha, no Clube do Bolinha, no Xou da Xuxa, no Globo de Ouro …

37 – “BRUXINHA” – A NOVA TURMA DO BALÃO MÁGICO (“A Nova Turma do Balão Mágico, CBS, 1988)

Balão Mágico, o programa, saiu do ar em 1986 e deu lugar ao Xou da Xuxa. O antigo quarteto (com Jairzinho) se separou e cada um foi tratar da sua vida. Mas a CBS não perdeu a oportunidade e, sob o mesmo nome, juntou dois anos depois Rodrigo Camargo e as gêmeas Natanna e Tuanny, filhas da cantora Adriana. O grande hit foi esse. Em outras faixas, Edgard Poças, versionista dos primeiros discos, subia de posto e virava co-autor, mas sem muitos sucessos.

38 – “VOU DE TÁXI” – ANGÉLICA (“Angélica”, CBS, 1988)

A versão em português de “Joe le Taxi”, gravada por Vanessa Paradis, foi feita por Byafra e Aloysio Reis mantendo um pouco do tema original (táxis, enfim). “Lembro que o Aloysio chegou em casa dizendo que ia estrear uma lourinha na Rede Manchete. Ele estava chegando de Paris e disse que tinha uma música arrebentando por lá. Era “Joe le Taxi”, da Vanessa, que falava de uma menina apaixonada pelo motorista de táxi que ia buscá-la na casa dela”, relatou Byafra.

39 – “NÃO FAZ MAL (TÔ CARENTE MAS TÔ LEGAL)” – MARA (“Deixa a Vida Rolar, EMI, 1990)

Os créditos dos discos da apresentador e cantora assustam: músicas inéditas de Cecelo Frony, Baby do Brasil, Caramez (ex-empresário e amigo dos Novos Baianos), Fábio Fonseca. Esse hit pop adolescente foi feito pela dupla de jurados do “Astros”, Thomas Roth e Arnaldo Saccomani. E você conhece.

40 – “NANA NENÉM” – RAIMUNDOS (single, Warner, 1998)

“Quem não calar a boca/vai entrar na chinela”. Os Raimundos, ainda com Rodolfo no vocal, mantinham a fama casca-grossa gravando um jingle para o chinelo Rider que virou hit infantil e saiu em CD-single, com “Reggae do Manero” de b-side. Aparentemente, na época, ninguém se chocou com a letra. A empresa também não se importou muito com o fato de a música fazer referência a usos bem pouco ortodoxos e mais inapropriados de seu produto.

 

* Conteúdo publicado originalmente no site Pop Fantasma, uma constante referência para o Na Caixa de CD

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