Ópera rock Tommy em versão musical

O ator/cantor Gary Brown interpreta Tommy adulto na montagem de Alan Veste

Um dos álbuns mais aclamados da banda inglesa The Who, a ópera rock Tommy, de 1969, teve suas canções interpretadas numa extensa turnê, que incluía aparições em festivais daquele ano como Woodstock, Isle of Wight Festival e Leeds University. A força da trilha e as perfomances explosivas do quarteto formado por Roger Daltrey (vocais), Pete Townshend (guitarra), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria) arrebataram plateias mundo afora. E a fama da obra extrapolou ainda mais, na década seguinte, com a adaptação para o cinema da história do garoto surdo, mudo e cego, e seu relacionamento com uma família problemática, até por força de seu estelar elenco que reunia Elton John, Tina Turner e Eric Clapton. Nesta sexta-feira (22/3), o Rio recebe uma montagem teatral baseada no filme. Já apresentado em Belo Horizonte (17/3), o musical ainda percorre Florianópolis (20/3), Porto Alegre (21/3), Curitiba (23/3) e São Paulo (24/3)

O espetáculo é dirigido pelo britânico Alan Veste, que encenou o espetáculo lo pela primeira vez em 1995. “Pegamos todos os personagens do filme e os colocamos no palco com uma banda ao vivo. A história é a mesma e será contada com algum drama e narrativa por toda parte, com músicas e muitas projeções em formato multimídia”, explica o diretor, com 30 anos de experiência em cinema e teatro. “Sinto-me atraído em levar obras do cinema para o palco. É a minha maior ambição”, comenta Veste, que adaptou filmes conhecidos como “The wall”, de Alan Parker; “Um estranho no ninho”, de Ken Kessey; e “Purple rain”, de Prince.

O elenco, explica Veste, é totalmente composto de atores com experiência em canto e músicos. “Após muitas audições, escolhi o elenco inteiro com artistas de diferentes bandas. Eu queria o melhor”. O protagonista é Gary Brown, que vive Tommy adulto desde a montagem do musical em 1995. Completam o elenco Howard Minns (Tio Ernie), Stuart Raphel (Primo Kevin), Terry O’Shea (O Pastor), Joana Male (Acid Queen) Mark Lacey (Frank Hobbs, o padrasto), Roxanne Male (Enfermeira), Sam Darker (Tommy jovem), Jonathan Vatikiotis (guitarra e backing vocal), Keith Mulholland (baixo e backing vocal) e John Comish (teclados e backing vocal).

Também professor e membro da direção da University of Arts London nas cadeiras de cinema, aulas de arte e música, Alan Veste conta que a primeira metade do concerto baseia-se na turnê Who’s Tommy Live, de 1989. Após o intervalo, são executadas canções do “Lifehouse chronicles”, uma ópera rock inacabada de Pete Townshend que mais tarde se tornaria o álbum “Who’s next”, no qual se destacam “Behind blue eyes”, “Baba O’Riley”, “Song is over” e “Won’t get fooled again”.

Empolgado com o prestígio da história que tem nas mãos, Alan Veste traz o espetáculo para a América Latina pela primeira. O giro inclui apresentações no Chile, Peru e Paraguai. Perguntado se os remanescentes do Who conhecem o musical, o diretor diz que Townshend e Daltrey “sempre estão perto”. “Pete veio algumas vezes e o Roger também. São bons amigos”.

Divisor de águas para o The Who

A gravação do álbum começou em setembro de 1968, mas levou seis meses para ser concluída já que foi necessário rearranjar e regravar parte do material em estúdio. Tommy foi aclamado após seu lançamento pelos críticos, que o elogiaram como a evolução do The Who, que vinha dos álbuns “My generation” (1965), “A quick one” (1966) e “The Who sell out” (1967). “Tommy” é até hoje um dos trabalhos mais influentes da história do rock.

Depois de testemunhar o assassinato acidental do seu pai, piloto da forca aérea britânica, que havia sumido durante a guerra, pelo amante de sua mãe, que mais tarde veio a se tornar seu padrasto, Tommy fica traumatizado em estado catatônico e, à medida que o menino cresce, ele sofre abusos nas mãos de parentes, vizinhos sádicos e tentativas frustrantes de cura. Quando adolescente, ele descobre ter uma habilidade incomum para jogar fliperama e, quando sua mãe finalmente rompe sua catatonia, ele se torna um superstar internacional do pinball.

A gravação do álbum começou em setembro de 1968, mas levou seis meses para ser concluída já que foi necessário rearranjar e regravar parte do material em estúdio. Tommy foi aclamado após seu lançamento pelos críticos, que o elogiaram como a evolução do The Who, que vinha dos álbuns “My generation” (1965), “A quick one” (1966) e “The Who sell out” (1967). “Tommy” é até hoje um dos trabalhos mais influentes da história do rock.

Depois de testemunhar o assassinato acidental do seu pai, piloto da forca aérea britânica, que havia sumido durante a guerra, pelo amante de sua mãe, que mais tarde veio a se tornar seu padrasto, Tommy fica traumatizado em estado catatônico e, à medida que o menino cresce, ele sofre abusos nas mãos de parentes, vizinhos sádicos e tentativas frustrantes de cura. Quando adolescente, ele descobre ter uma habilidade incomum para jogar fliperama e, quando sua mãe finalmente rompe sua catatonia, ele se torna um superstar internacional do pinball.

O ponto de partida da ópera rock veio de um single chamado “Glow girl” que, curiosamente, nunca foi lançado pelo The Who.”Glow girl me levou à ideia central de ‘It’s a boy’, ‘Mrs Walker’ (a primeira música do álbum Tommy)”, disse Pete Townshend, em entrevista à Rolling Stone à época do lançamento do disco. “Mas isso teria sido uma abertura muito brusca, então eu fiz a ‘Overture’. Isso te dá pistas sobre muitos dos temas e dá continuidade às faixas individuais – você acha que já as ouviu antes porque elas foram indicado na abertura. Isso dá mais fluxo e fortalece a coisa toda”, explica o guitarrista.

Um dos temas centrais de Tommy é o conflito entre o eu e o eu ilusório. Cego, o protagonista (o eu real) não pode ver nada além de seu reflexo (eu ilusório) no espelho. “O menino se fechou completamente como resultado do assassinato e das pressões de seus pais, e a única coisa que ele consegue ver é seu reflexo no espelho. Esse reflexo acaba sendo sua salvação final”, filosofa o compositor.

Townshen compôs sozinho 21 das 24 canções do álbum duplo, exceto”Tommy’s Holiday Camp” (Keith Moon) e”Fiddle About” e “Cousin Kevin” (John Entwistle). “Eu não queria fazê-las. Não conseguiria ser cruel o suficiente. Queríamos mostrar que o menino estava sendo tratado com muita crueldade, que estava sendo tratado como uma aberração”, comenta.

Serviço

Primeira Metade (Tommy completo):

1) “Introduction”
2) “Overture”
3) “It’s a boy”
4) “1951”
5) “Amazing journey”
6) “Sparks”
7) “Eyesight to the blind (The hawker)”
8) “Christmas”
9) “Cousin Kevin”
10) “The Acid Queen”
11) “Do you think it’s alright?”
12) “Fiddle about”
13) “Pinball wizard”
14) “There’s a doctor”
15) “Go to the mirror!”
16) “Tommy can you hear me?”
17) “Smash the mirror”
18) “Underture”
19) “I’m free”
20) “Miracle cure”
21) “Sensation”
22) “Sally Simpson”
23) “Welcome”
24) “Tommy’s holiday camp”
25) “We’re not gonna take it”.

Segunda Metade (outras canções do The Who)

“Pure and easy”, “Let’s see action”, “Baba O’Riley”, “Bargain”, Getting in tune”, “Goin’ mobile”, Behind blue eyes”, “Song is over”, “Love ain’t for keeping”, “Won’t get fooled again”, “Who are you?” e “Join together”.

TOMMY, O MUSICAL

Vivo Rio (Av. Infante D. Henrique, 85 – Parque do Flamengo – Tel: 2272-2901). 22/3, às 22h. Camarote A: R$ 340, camarote B: R$ 290, camarote C: R$ 220, frisa: R$ 250, setor 1: R$ 340, setor 2: R$ 300, setor 3: R$ 260, setor 4: R$ 240 e setor 5: R$ 200.

 

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