Plataforma de Lançamentos – nº 36

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A plataforma de Lançamentos chega a mais uma edição trazendo vídeos com belas canções. Temos os encontros iluminados de Marisa Monte e Jorge Drexler, em parceria inédita; de Chico César e Geraldo Azevedo, que estreiam juntos no palco; a feliz descoberta de Vannick Belchior, filha do genial compositor; e uma inspirada versão de Ana Cañas para um dos grandes sucessos do bardo cearense. Vamos lá?

A primeira vez de Marisa e Drexler

O cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler é recorrente em suas parcerias musicais com artistas brasileiros. Desta vez, uniu-se a Marisa Monte. A dupla lançou nas plataformas digitais “Vento Sardo”, faixa inédita de “Portas”, o próximo álbum da cantora. “‘Vento Sardo’ é a minha primeira parceria com o Jorge Drexler. Fizemos essa música na Sardenha, em uma travessia de barco a vela. O vento representa o dinamismo do ar, da vida e da natureza em constante movimento e mutação. Tudo passa, tudo passará”, explica Marisa, ao comentar o processo criativo. “Alguns anos atrás, no fim de um almoço de férias com nossas famílias, Marisa pegou o violão despretensiosamente e, como quem propõe um jogo de cartas, me disse: ´tenho essa ideia´, e sugeriu que eu escrevesse uma música junto com ela”, recorda o uruguaio. Compor com Marisa é assim, comenta Jorge Drexler, admirado com a facilidade de sua colega. “Sempre quis escrever assim: como quem brinca, e Marisa foi minha professora nisso. Tenho uma lembrança clara daqueles dias, a bordo de um veleiro, escrevendo para onde o vento nos levará”, recorda Drexler. Veja aqui o clipe de “Vento Sardo”:

 

O divino encontro de Chico e Geraldinho

Falando em encontros, um grande acontecimento para a música brasileira é a união de dois compositores sublimes no projeto “Violivoz”, com o paraibano Chico César e o pernambucano Geraldo Azevedo.  Com a reabertura das casas de espetáculo, a dupla iniciou no fim de outubro turnê que vai percorrer as principais cidades brasileiras 2022 adentro. Chico e Geraldinho são craques na escrita musical, na poesia e no palco. Um é fã do outro. E vice-versa. Mas admiração mútua nem sempre implica em identificação ou é capaz de funcionar no palco ou no estúdio. Mas a reunião dos dois mostra sinergia e aquilo que Chico teoriza como “um território comum de inclinações musicais”. “Temos pensado em canções onde a gente possa brincar com o instrumento”, diz Chico César, lembrando músicas como “Bicho de 7 Cabeças” ou “Meu Pião”. Canções que vão sendo testadas para o repertório, como também “Mama África”, “Dia Branco”, “À Primeira Vista”, “Menina do Lido”. Vejam um trecho do ensaio da dupla com “Deus Me Proteja”, de Chico, e “Moça Bonita”, de Geraldinho. É muita lindeza num vídeo só:

 

Vannick é Belchior, sim senhor(a)!

Na semana em que Belchior completaria 75 anos deixei algumas lágrimas a escorrer pelo rosto ao ouvir Vannick Belchior. A filha caçula do bardo cearense – e única nascida no Nordeste entre os quatro filhos que ele deixou – acaba de lançar single que reúne “Divina Comédia Humana” e “Medo de Avião”. Existe semelhança física e da caixa torácica da moça sai um timbre que imediatamente remete ao pai. Impressiona. Vannick não via Belchior desde os 10 anos de idade e não pensava em cantar até seu destino esbarrar com o músico e maestro Tarcísio Sardinha, antigo colaborador do compositor, que logo identificou na jovem uma voz nem grave nem aguda, um timbre forjado em DNA. As duas faixas deste clipe produzido durante as sessões de gravação fazem parte do projeto “Das Coisas que Aprendi nos Discos” o álbum que Vannick vai lançar em reconexão com o pai e sua obra, e deve trazer uma canção inédita do compositor que enfrentou resistência da censura durante a ditadura militar.

 

Sem o DNA, mas o coração é selvagem

Ana Cañas não carrega o DNA de Belchior, mas fez bonito com seu recém-lançado “Ana Cañas canta Belchior” em que apresenta 14 releituras de canções do cearense. O projeto começou com uma live despretensiosa em julho de 2020, no auge da pandemia. Teve mais de meio milhão de visualizações e os fãs da cantora imploraram por este disco que saiu do papel graças a uma campanha de financiamento coletivo. Todas as faixas ganharam versão audiovisual com videoclipes do registros das sessões de estúdio. Aqui ficamos com a dilacerante “Coração Selvagem”:

 

 

 

 

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